Feira Afro leva música, poesia e artesanato ao Centro de Santos

Sarau, samba, percussão, exposição de artesanato, apresentações artísticas e recanto literário foram algumas das atrações da Feira Afro Experimental Alzira Rufino, realizada neste sábado (24), na Casa da Frontaria Azulejada. O evento foi uma forma de celebrar o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, comemorado em 25 de julho.
Morador de Mogi das Cruzes, Jair Cruz visitou a atração pela manhã e considerou o evento "espetacular". "A comunidade precisa fortalecer esse tipo de evento, que precisa durar mais de um dia, principalmente nesse contexto histórico em que estamos vivendo".
Quem também passou pela Feira Afro foi Luiz Cláudio Zadoroguol, morador de São Caetano. "Vim ao Centro para comer feijoada, e achei esse evento de muita qualidade. Maravilhoso. Nota 10", comentou ele, que leva para casa várias fotos e vídeos registrados no local. "Parabéns a todos pela iniciativa".
Membro do grupo Afrotu, a expositora Julicler Galvão levou colares, brincos e bolsas necessaire - quase toda produção feita por ela mesmo - que vende a preços entre R$ 25,00 a R$ 60,00. Ela mostrava com orgulho colares feitos com troncos de árvore, outros feitos com zíperes, brincos elaborados a partir de pedaços de papel de parede e mandalas em resina. "Esse tipo de evento é necessário para mostrarmos toda produção afro e também o trabalho feito com reciclagem".
BOM PÚBLICO
A feira foi realizada pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e de Promoção da Igualdade Racial, com apoio da Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur).
Coordenador de Igualdade Racial e Étnica da Prefeitura de Santos, Ivo Evangelista, disse ter ficado surpreso com a boa adesão do público, logo pela manhã. Segundo ele, a ideia é seguir com o evento em outras oportunidades.
Presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e de Promoção da Igualdade Racial, Diná Evangelista Santos explicou que em 25 de julho de 1992 representantes de 70 países se reuniram para discutir questões relativas a racismo e sexismo. "Em Santos, esta é a primeira vez que um evento referente a esta data tem esse formato".
Alzira Rufino, 72 anos, é fundadora da Casa de Cultura da Mulher Negra e um dos principais nomes do ativismo pela igualdade racial de Santos.
Fotos: Rogério Bomfim