Famílias acolhedoras ressalta o sentido da paternidade
Aos 45 anos, após criar dois filhos, Luiz Trajano de Oliveira decidiu que ainda poderia ajudar na formação de outros jovens. Ele e a esposa Clarice da Silva Oliveira resolveram participar da Rede de Famílias Acolhedoras (Seção Rede de Famílias Acolhedoras Sefam), um programa da Prefeitura de Santos, desenvolvido há pouco mais de um ano pela Secretaria de Assistência Social (Seas). Trajano, que é chefe da Seção de Elaboração de Editais e Compras da Seas, conta que a proposta do programa encaixava-se nos interesses do casal. A primeira acolhida durou quatro meses. Era uma menina de dois anos e meio. Mais tarde, receberam por quase um ano um casal de irmãos, uma menina de um ano e meio e um menino de 45 dias. Em breve receberá mais um casal de irmãos. Trajano afirma que a participação no projeto conscientizou-o do seu papel social. A participação no programa permitiu-nos dar ao casal de irmãos o primeiro Natal, conta emocionado. Quanto à separação das crianças acolhidas, Trajano diz que é triste, mas deve acontecer pois o objetivo é acolher temporariamente. Em sua opinião, o que mais tem marcado sua participação no programa é o amor recíproco. Eles não são nossos filhos, mas o desenvolvimento do sentimento paterno e materno é inevitável. FAMÍLIAS ACOLHEDORAS O programa é destinado ao acolhimento temporário de crianças e adolescentes, cuja família vivencie um momento de crise durante o qual a convivência com os filhos seja impossível. As crianças de 0 a 18 anos são acolhidas por meio de denúncias de maus-tratos encaminhadas aos conselhos tutelares e são inseridas no cadastro da Serfam. O trabalho é acompanhado por profissionais das áreas de psicologia, direito e assistência social da própria Seas. A Prefeitura oferece um auxílio de R$ 240,00 mensais às famílias acolhedoras. Este recurso é fornecido pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), que recebe doações de munícipes. As famílias dispõem ainda de enxoval, encaminhamento para escolas da rede municipal de ensino e atendimento médico, por meio de convênio com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), capacitação e acompanhamento constante durante a estadia da criança. Atualmente há 17 famílias acolhedoras e 20 crianças acolhidas, sendo que uma já voltou para sua família de origem e três foram adotadas por casais inscritos no cadastro de adoção.