Estudo comprova transmissão de hepatite em salões de beleza
Criada pela prefeitura em 2005, de forma pioneira, a campanha Tá na Lei, Tá Beleza! orientou, só no primeiro ano, profissionais de mais de 2 mil estabelecimentos da área estética quanto aos riscos da contaminação por doenças, como hepatites virais - transmitidas por materiais perfuro-cortantes (alicates, espátulas, agulhas etc.). A preocupação do município foi endossada pelo estudo, divulgado este mês, pela Secretaria de Estado da Saúde, que revela: uma em cada dez manicures paulistanas tem a doença. No levantamento, realizado entre 2006 e 2007, foram entrevistadas 100 mulheres: dez tinham hepatite, sendo que oito delas do tipo B, e outras duas, do tipo C. O mais preocupante é que 72% desconheciam as formas de transmissão da hepatite B e 85% não sabiam como se pega hepatite C. Além disso, 45% acreditavam não transmitir nenhuma doença aos clientes. É LEI A Lei Complementar nº 529, sancionada em 20 de abril de 2005, estabelece a limpeza, desinfecção e esterilização dos aparelhos, instrumentos e utensílios, antes de cada utilização, de acordo com normas técnicas. Em novembro do ano passado, a Seção de Vigilância Sanitária promoveu o 1º Seminário de Atualização em Esterilização para Profissionais da Área de Beleza, com a participação de 200 pessoas. "Realizamos o treinamento para destacar o processo de esterilização porque notamos, nas fiscalizações, que ele estava sendo feito de forma inadequada", explica a fiscal da Sevisa, Carolina Ozawa. A SMS também participou, no final de janeiro deste ano, da 1ª Tattoo Mix Convention, na Associação Atlética Portuários, fornecendo informações sobre os cuidados sanitários em estúdios de tatuagem, a legislação vigente e os riscos de transmissão de DST. As atividades contaram com parceria da ONG Grupo Esperança. VACINA Vale ressaltar que manicures, barbeiros, podólogos e tatuadores fazem parte do grupo de profissionais vulneráveis à doença - assim como trabalhadores da saúde, policiais e profissionais do sexo - e que, por essa razão, devem receber a vacina contra a hepatite B, disponibilizada gratuitamente nas unidades básicas de saúde. São necessárias três doses para garantir a imunização, 30 dias e seis meses após a primeira aplicação. A hepatite B é uma doença grave que pode provocar sérias consequências, como cirrose e disfunção hepática. Sua transmissão se dá por via sexual e pelo sangue. A vacina está disponível na rede pública ainda para crianças até um ano e adolescentes até 19.