Especial Mulher: Município foi pioneiro na defesa do voto feminino
O ano era 1894. A então promulgada Constituição Política da Cidade de Santos previa entre as suas normas legais a “capacidade política e o direito ao voto” às munícipes alfabetizadas, moradoras da cidade há mais de um ano e que exercessem profissão honesta.
O que hoje soa estranho foi um grande avanço na ocasião, pois somente 38 anos depois as brasileiras teriam direito a votar. A medida pioneira da cidade foi liderada pelo então presidente da Câmara Municipal, Manuel Tourinho, e outros sete vereadores, mas não prosperou porque foi revogada no ano seguinte pelo Congresso Legislativo de São Paulo. “O país estava num período político liberal. A proposta de Santos foi um avanço e a prova de que a cidade vivia um momento de modernização”, destaca a historiadora da UniSantos, Wilma Terezinha.
Avanços e desafios
A jornalista Helle Alves, 86 anos, atuou em importantes veículos de Imprensa, como o Diário de São Paulo, acompanhando manifestações por igualdade de direitos. “Na década de 1950, as mulheres só podiam trabalhar com autorização expressa do marido. As bancárias e as comerciárias eram demitidas quando se casavam”. Apesar das conquistas, ela acredita que ainda é preciso avanços em equiparação salarial e participação na política.