Especial: contribuições para a revolução de 32 iam de homens a objetos de valor

O desprendimento dos objetos de grande valia marcou o perfil da população santista durante a Revolução de 32. Os relatos históricos apontam que esportistas da Cidade doaram troféus, taças e medalhas para reunir o ouro necessário para sustentar as lutas pelos ideais paulistas. Há também o registro do envio de um vagão carregado com oito toneladas de objetos de cobre, ferro, bronze e outros minérios para a Capital. Todo material foi arrecadado com a população para que fosse usado no serviço de Material Bélico. A presidente da Associação dos Combatentes da Revolução de 32, Carolina Ramos, confirma o engajamento das famílias pela causa paulista. O pai dela, Francisco Ramos, colocou o carro à disposição dos soldados para levá-los até sua casa e oferece-lhes comida, banho e a possibilidade de se barbearem. Como exemplo dos que doaram objetos de valor, Carolina conta que até algumas jóias também foram dadas aos revolucionários. Mas a contribuição santista não se resumiu às jóias e objetos de metal. No dia 18 de julho de 1932, partiram os primeiros 400 homens do Batalhão da Reserva de Santos rumo a São Paulo. Poucos dias depois, mais um contingente de 500 homens, pertencentes à Milícia Cívica de Santos, formada pela população, e também pelo Batalhão Operário, Falange Acadêmica e Batalhão da Reserva, seguiram para a Capital, acompanhados de médicos e enfermeiros da Cruz Vermelha Brasileira de Santos. Os que ficaram para defender a Ilha de Santo Amaro, onde hoje é a cidade de Guarujá, enfrentaram a umidade, mosquitos, lugares insalubres e bananais infestados de cobras. Muitos deles não sobreviveram, outros faleceram na frente de batalha ou quando voltavam para rever a família. Segundo registros, Santos era uma das cidades que mais perdia combatentes em todo o estado devido à grande participação na causa de constitucionalização do País.