Escola em domicílio em Santos adapta habilidades e ensina com empatia
"O estímulo e o amor fazem as coisas acontecer". Foi com essa frase que a aposentada Célia Pratali, 68 anos, definiu o trabalho do programa de atendimento pedagógico domiciliar desenvolvido pela Prefeitura, com a filha Mariana, 15 anos, portadora de paralisia cerebral.
Durante duas horas por dia, de segunda à sexta-feira, a aluna da UME Edméa Ladevig (Gonzaga) recebe, na própria casa, a atenção e o carinho da professora Rosimeire Cordeiro. Com exibições de vídeos e atividades lúdicas, Mariana é estimulada ao aprendizado nas mais variadas disciplinas. Nesta semana, por exemplo, está aprendendo sobre o descobrimento do Brasil nas aulas de História.
Toda grade curricular é adaptada pela professora, que conta com a parceria da educadora regente da classe e o suporte do profissional de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da escola. Os professores utilizam diferentes habilidades e métodos de ensino focados na sensibilidade, amor, tranquilidade e empatia. Mariana faz parte do atendimento domiciliar desde fevereiro do ano passado. Outros 14 alunos também estão inseridos no programa domiciliar atualmente. Além dessa modalidade, há 1.069 alunos com deficiência na rede municipal de ensino.
Ao término da aula, Rosimeire ainda desenvolve atividades musicais com Mariana. O método, segundo ela, contribui para o desenvolvimento cognitivo. Mariana, por sua vez, se diz boa aluna e afirma que um dia será cantora. “Adoro a professora Rosi. Sempre cantamos música sertaneja depois da aula. Um dia quero ser cantora”, projeta a jovem santista que, além de cantar, toca violão, teclado, sanfona e até berrante.
Para dona Célia, que adotou Mariana com apenas um ano e meio de idade, o trabalho realizado pela Seduc é fundamental para a evolução da filha. "Valorizo muito a questão do estudo e, principalmente, a rotina criada para a Mariana. Invisto em materiais de apoio e instrumentos musicais, porque ela também adora aprender por música".
A professora Rosimeire analisa o desenvolvimento de forma positiva. “A Mariana é uma ótima aluna e uma menina muito alegre, que adora cantar e dançar. Incentivamos ela diariamente e percebemos a evolução dia após dia”, observa a profissional, que mantém contato diário com a UME Edméa Ladevig, repassando à instituição todas as atividades desenvolvidas com a aluna.
De acordo com a chefe da Seção de Educação Especial da Seduc (Sedesp), Célia Plaza, o projeto leva a escola para a casa dos alunos que estão impedidos de frequentar o ambiente escolar por situações de saúde temporárias ou permanentes. “Este atendimento é ofertado mediante uma prescrição médica e todos os profissionais se dedicam para proporcionar o melhor atendimento ao estudante e garantir o direito à educação”, completou.
Informações sobre o programa podem ser obtidas por meio do telefone (13) 3211-1818, com os técnicos da seção responsável.