Equipes do combate à dengue constatam criadouros em bromélias no boqueirão
Uma das constatações da operação de ´Faxina Geral´, realizada no último sábado (21), no bairro do Boqueirão, quando foram visitadas 1.304 residências e localizados 145 focos do ´Aedes aegypti´, pode servir de alerta para o restante da população: as bromélias, tipo de plantas utilizadas por decoradores, em apartamentos e casas da classe média-alta, são um dos criadouros do mosquito transmissor da dengue. Dos 145 focos localizados, três foram em bromélias, o que chamou a atenção da Coordenadoria do Plano de Erradicação do ´Aedes aegypti´ (PEAa), uma vez que já está sendo freqüente essa constatação e merece um alerta especial, sobretudo porque o uso dessa planta representa uma tendência dos projetos paisagísticos. Há cerca de 1 mil espécies tropicais de bromeliáceas, muitas usadas na decoração. Mas se a beleza dessas plantas pode se transformar num perigo em potencial, as equipes constataram que os criadouros, em sua maioria, ainda se localizam nos prosaicos ralos, por onde se escoam as águas da limpeza doméstica, nas áreas, banheiros, cozinhas e quintais. Foram encontrados pelos 120 agentes, que participaram da operação durante todo o dia de sábado, criadouros em 122 ralos, e ainda em dez vasos de plantas, em duas calhas, três vasos sanitários instalados em edículas nos fundos das residências, e os demais em em latas, potes, e na porta de uma geladeira abandonada num fundo de quintal, totalizando 145 focos. No Boqueirão foi constatada também a maior recusa na permissão da entrada dos agentes, com índice de l,7%. Embora esse não seja um índice alto (34 moradias em l.307), para a coordenação do PEAa significa muito, embora dois dias antes, conforme comentaram os moradores, já tinham passado por essa área, agentes que atuam rotineiramente no bairro. A operação ´Faxina Geral´ tem porém um sentido de alerta-extra, em razão da epidemia em curso que registrava, até Sábado, 593 casos. Mesmo com toda a propaganda feita pela Prefeitura durante o transcorrer da semana, foram encontrados 639 moradias ou estabelecimentos comerciais fechados no bairro. Embora há três anos haja um trabalho intenso em Santos sobre a necessidade de limpeza de locais onde se acumulam água limpa, a população tem se descuidado, como tem constatado Coordenadoria de Saúde Coletiva, que, acompanhava o trabalho das equipes no Boqueirão. Eles relembravam que apenas o mosquito fêmea pica as pessoas, uma vez que precisa do sangue para alimentar seus ovos. Com média de vida de 40 dias, o ´Aedes aegypti´ pode, nesse período produzir até 400 ovos. Eles são colocados em locais frescos, há alguns milímetros distantes da água limpa, razão pela qual vasos de plantas são locais preferidos, assim como ralos. Na época certa os ovos eclodem e saem as larvas, no contato com água limpa, se transformando em mosquitos. Esse ciclo leva em média 15 dias, mas no alto verão um ovo eclode em até cinco dias.