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Equipe da cet coloca ford 1930 em movimento

Publicado: 5 de setembro de 2001
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Em meados do ano passado, uma equipe especializada da Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos, incentivada pela direção da empresa, e principalmente motivada com a possibilidade de ver parte da história de Santos voltando a rodar pelas ruas da Cidade, iniciou um meticuloso trabalho de recuperação e restauro de um Ford 1930, tipo cupê ou ‘baratinha’, um dos primeiros veículos a funcionar com motor de arranque. Formada por cerca de 15 funcionários, a equipe já possuía grande know-how técnico por trabalho semelhante realizado no bondinho (fechado) de informações turísticas da Praça das Bandeiras e no bonde (aberto) turístico do Centro. Terminada há pouco tempo a recuperação do ‘Fordinho’, os mecânicos, eletricistas, pintores, funileiros e carpinteiros, e pela Unidade de Suporte Operacional. Esse exemplar raro do início da era do automóvel pertenceu à antiga Companhia City, e depois ao Serviço Municipal de Transportes Coletivos, que operaram o serviço de bondes em Santos. Durante cerca de um ano, todos os detalhes das peças e componentes foram refeitos, a funilaria e pintura passou primeiro por delicada raspagem e lixamento. Havia grande quantidade de massa tampando buracos, foi tudo tirado e recomposto com pedaços de chapa. O ‘mestre’ Antônio Rodrigues Bonfim é um funileiro de mão cheia, e cuidou desse aspecto com muito cuidado. Pela experiência de longos anos na empresa, ele coordenou todo o trabalho de recuperação, menos a mecânica. Ver o estado do veículo antes e com está agora nos deixa muito satisfeitos. Outro funileiro, o Mário Luis F. dos Santos, oficial de montagem, chegou a confeccionar algumas peças, e diz ser gratificante trabalhar com um pedacinho da história de Santos. O Narciso também participou da equipe de funilaria. Já o mecânico Reginaldo Carvalho de Andrade cuidou dos freios, que têm de estar bem ajustados para fazer bonito quando o Fordinho precisar frear a 30 ou 40 km/h, máximo de velocidade que pode atingir. O sistema de freios agora está 100%, trocamos as lonas, os cilindros, as mangueiras flexíveis e o encanamento de metal, explica, lembrando que o seo Zeca fez verdadeiras peregrinações em Santos e São Paulo, até no Museu do Automóvel, para encontrar peças de mecânica e até as decorativas para garantir o máximo de autenticidade ao veículo. O encarregado de carpintaria Alexandre Marciliano, com a mesma habilidade e eficiência do trabalho realizado nos bondes, confeccionou a armação da capota do Ford 30 e recompôs todo o assoalho do carro. O grosso da parte mecânica, no que é considerado essencial para o veículo rodar, e bem, sem problemas no meio da rua, foi realizado por antigos mecânicos da CSTC, que trabalham para a CET e entendem do tema seja em ônibus, caminhões, ou até motos, guinchos e o insuperável Fordinho. Um deles é mais conhecido por Saruê, cujo nome verdadeiro é Antônio Carlos Nobre Machado, com 24 anos de empresa, junto com Paulo Alves dos Passos, 12 anos, e o Yvanny dos Santos, carinhosamente chamado de ‘Goiabão’, seis anos de Companhia. O Fordinho não tinha bomba de gasolina, o combustível descia pela gravidade já que o tanque ficava acima do carburador, e mudamos o sistema, explica. O Neymar da Silva Santos é mecânico de autos da CET, cuidou do carburador, sempre mantendo a originalidade das peças. O eletricista de autos Juvenal Cândido da Silva fez toda a parte elétrica do Ford, que tem uma estrutura bastante simples. Ele conta que revisou o chicote, corrigiu a parte do farol, buzina, caixa de fusíveis, motor de partida etc. José Carlos Bergamini, o Zeca, conta que o mais difícil foi encontrar algumas peças originais, mas contou com a orientação de Romeu Siciliano, do Museu do Automóvel Antigo, de São Paulo, que avaliou o Ford 1930 em R$ 30 mil, mas o valor histórico é incalculável, esclarece Zeca.