Equipamento fornece mais de 4 mil aparelhos auditivos
Um total de 4.033 aparelhos auditivos fornecidos pela Prefeitura a pacientes dos nove municípios da Baixada Santista desde 2013. Prestes a completar dez anos de funcionamento em setembro, o Centro de Referência à Saúde Auditiva (Secresa), da Secretaria de Saúde (SMS), também realiza diagnóstico precoce, reabilitação e prevenção de distúrbios em bebês, crianças e adultos.
O serviço, único na região, tem como maior demanda próteses para pessoas com mais de 60 anos (70%) - a perda auditiva é a terceira condição crônica mais prevalente em idosos, após a hipertensão e artrite, segundo o setor. Já pacientes de zero a 18 anos correspondem a 5% do montante. Eles são encaminhados pelas policlínicas, ambulatórios e unidades especializadas de cada cidade para tratamento no local. Em média, são entregues 120 aparelhos por mês.
“Santos, como cidade polo, concentra esse atendimento, propiciando atenção completa à pessoa que tenha a deficiência, com procedimentos de alta complexidade”, diz o chefe do Departamento de Atenção Especializada, Renato Pastorello, explicando que cada município tem uma cota mensal de pacientes para encaminhamento ao Secresa, para diagnóstico e colocação de prótese (AASI - Aparelho de Amplificação Sonora Individual).
Procedimentos e etapas
Na unidade, o paciente passa por consulta com otorrino, pediatra e neuropediatra (no caso de crianças com múltiplas patologias), fonoaudióloga, entrevista com serviço social ou psicóloga. Fechado o diagnóstico, é confeccionado o pré-molde auricular e realizados testes com diferentes aparelhos para verificar qual modelo (interno ou externo) tem maior ganho funcional e melhor adaptação do paciente. O tempo médio de entrega da prótese varia entre dois e três meses.
“O paciente ainda passa por processo de adaptação, retornando outras vezes ao Secresa. Se tudo estiver bem, terá alta, mas sempre que for necessário, pode nos procurar. A revisão é feita a cada seis meses e todo ano é preciso fazer nova audiometria”, explica a chefe da unidade, Gláucia Mazon Cagnin. Programados para cada paciente, os aparelhos têm garantia de dois anos e podem reduzir os efeitos da perda auditiva em 50%, destaca ela. “Quanto antes for detectada, maior a chance de um tratamento eficaz”.
Unidade tem programa para recém-nascidos
O Secresa mantém o Programa de Atenção à Saúde Auditiva do Bebê de Risco, para detecção precoce da deficiência, disponibilizando acompanhamento clínico, fonoaudiólogico e psicossocial às crianças, familiares e cuidadores. Recém-nascidos que apresentam critérios de risco são encaminhados da maternidade ou das policlínicas à unidade, onde é feito o Bera (Exame do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico), realizado somente em Santos.
“É ideal o diagnóstico até o sexto mês, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Dentro da cota de cada cidade, as crianças são prioridade, não ficam em fila de espera. Fazemos o exame no primeiro mês e no 7º, e completamos com audiometria de reforço visual. Todas são acompanhadas até os três anos”, acrescenta Gláucia.
Opiniões
“Não teria condições de pagar se não fosse esse serviço. Agora ouço bem”, afirma Isabel Figueira Leitão, 83 anos, moradora de Santos, que tem perda sensório neural moderada no ouvido esquerdo e usa o aparelho fornecido pelo Centro há três anos.
De Praia Grande, a vendedora Josefa Silvânia de Oliveira Santos, 37 anos, está há três meses com aparelho nos dois ouvidos. “Às vezes eu evitava entrar num grupo de conversa porque não entendia o que estava sendo falado. Ainda estou na adaptação, mas ouço tudo agora”.
Encaminhada ao Secresa, a moradora de São Vicente, Heloísa Helena Machado, 40 anos, levou a filha Isabella, de quatro meses, para fazer o Bera e ter o diagnóstico. “Na maternidade, ela falhou no teste do ouvidinho do lado direito. Foi ótimo ser encaminhada para cá, pois eu ficaria com a sensação de que minha filha perderia a audição. Ela está sendo muito bem tratada”.
Números
- 4.033 aparelhos auditivos fornecidos desde 2013;
- 2.102 pacientes atendidos desde 2013;
- 120 aparelhos auditivos são entregues/ mês;
- Média de 500 pacientes atendidos por semana nos diversos procedimentos realizados na unidade;
- Média de 250 exames/ mês, entre audiometria, otoemissões acústicas e Bera.
Municípios atendidos: Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Itanhém, Mongaguá, Peruíbe, Guarujá e Bertioga.
Sintomas que indicam a perda de audição
- Necessidade de ouvir TV ou rádio em volume elevado;
- Deixar de atender visitas ou campainhas por não ouvir tocar;
- Dificuldade em ouvir e compreender conversas, principalmente em locais com muitas pessoas ou barulhos;
- Dificuldade em entender letras de músicas;
- As pessoas parecem murmurar ou não falar de forma clara;
- As pessoas acham que você fala muito alto;
- Você pede para as pessoas repetirem o que estão falando;
- Amigos e familiares dizem que você não escuta;
- O bebê não se surpreende com barulho alto; parece ouvir alguns sons e outros não. Não volta a cabeça para localizar o som e não atende quando chamado.
Causas mais comuns:
- Presbiacusia;
– Perda auditiva relacionada ao envelhecimento;
- PAIR – Perda auditiva induzida pelo ruído;
- Congênita–genética - histórico familiar ou predisposição;
- Ototoxidade – relacionada a medicamentos.
Fatores de risco: fumo, diabetes, saúde cardíaca, hipertensão.
Consequências do diagnóstico tardio em crianças:
- Prejuízos na fala e na linguagem;
- Dificuldade de aprendizagem;
- Alteração no desenvolvimento social e emocional.
Os aparelhos são gratuitos, mas se o usuário precisasse arcar com os custos, pagaria, no mínimo, R$ 525,00, e no máximo, R$ 1.100,00.
Serviço:
Centro de Referência à Saúde Auditiva
Av. Bernardino de Campos, 617, Gonzaga.
Tel: 3224-4192 e 3221-5295.
E-mail: secresa@santos.sp.gov.br
Foto: Ronaldo Andrade