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Encontrada ossada humana nas obras da rua do comércio

Publicado: 22 de março de 2002
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Uma agitação diferente movimentou a Rua do Comércio, ontem pela manhã. Por volta das 11 horas, nas escavações realizadas pela Terracom, para instalação de um ramal elétrico, os operários encontraram parte de um esqueleto humano: um crânio, vértebras e um fêmur partido. Seguindo a orientação da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, o engenheiro José Luiz Bayona, da empreiteira, suspendeu imediatamente os trabalhos, para que o Instituto de Pesquisas em Arqueologia – Iparq, da Unisantos, que acompanha as intervenções no Centro Histórico, fizesse a vistoria técnica. Segundo Daiane Goularti, técnica em Arqueologia do Iparq, há grande probabilidade de o local da escavação - na esquina com a Rua José Ricardo, onde fica a sede da Delegacia da Receita Federal -ter sido parte de um cemitério que havia em torno da Capela da Graça, que existiu nas imediações. Dependendo da vistoria, o material, encontrado a cerca de um metro de profundidade, deverá ser removido para análise, em que poderão ser definidos data da morte, sexo e idade da ossada. Pela Lei 3.924/61, toda área de potencialidade arqueológica, quando em obras, precisa ser acompanhada por especialistas em Arqueologia, para apurarem se o local é ou não um sítio arqueológico. No Centro Histórico, existem comprovadamente vários deles, e um acompanhamento intensivo por parte do Iparq, que tem parceria com a Prefeitura, vem sendo feito desde a instalação dos trilhos do bonde turístico, no ano passado. Todo o trabalho é feito sob a orientação da professora Eliete Pitágoras Brito Maximino, coordenadora do Instituto. Outros ossos humanos já foram encontrados durante obras no Centro Histórico, segundo o Iparq: no ano passado, na Rua José Ricardo e, na década de 90, em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário. ALÉM DE OSSOS, CANO DE GÁS Na mesma obra, a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) localizou um cano da antiga rede de gás de rua, com 300 milímetros de diâmetro e uma pequena quantidade do combustível em seu interior. A Coordenadoria de Vias Públicas da Zona Leste, da Seosp, conta que foi preciso criar uma ferramenta manual para cortar o encanamento, para evitar a formação de faíscas que poderiam causar combustão. Depois de seccionado, o pedaço restante foi vedado com massa. Assim que o Iparq coletar os ossos encontrados, os serviços serão retomados, na Rua do Comércio. O final da obra está previsto para maio.