Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Do lado de fora, torcidas eram uma mistura de sensações

Publicado: 2 de março de 2006
0h 00

Um cigarro na boca, muito samba no pé e pensamento positivo. Assim aguardavam as torcidas, nesta quinta-feira (2), do lado de fora do Teatro Municipal, para o início da apuração do desfile das Escolas de Samba de Santos. Denise Aparecida Grande, que desfila há 30 anos na Padre Paulo, dividia o nervosismo com seu cigarro. Acho que temos grandes chances de vencer, pois foi tudo 100%. Conseguimos fazer o que foi proposto pelo presidente e isso é o mais importante. Esperançoso, Sidnei Batista da Silva, que participou da bateria da Mocidade Amazonense, dançava e cantava o samba da escola. Montamos nosso Carnaval em um mês e fizemos bonito. Tenho fé e espero que a gente consiga o 4º. Não esperamos a vitória, essa colocação já será de bom tamanho. Esbanjando convicção, Valney Xavier Pereira, diretor de harmonia da Brasil, parecia prever o resultado. Sei que nós fomos bem, mas a gente sempre fica um pouco apreensivo. Respeito as outras escolas. Sou humilde e vou aguardar o resultado. Mas, estamos convictos que seremos campeões. Após o resultado do primeiro quesito (fantasia), a revolta e a ansiedade tomaram o espaço da animação inicial. Ao receber o primeiro 9,5, Adauto Luiz Alves, da Brasil, estava inconformado, mesmo sabendo que a menor nota de cada quesito seria eliminada. A nossa escola não tinha nenhuma fantasia quebrada, nenhum integrante usando tênis, nada de errado. Foi tudo feito com muito cuidado. Já Jussara Vargas estava tranqüila. Com pulos e gritos, demonstrava, a cada nota dada, sua alegria pelo festival de 10 dado para a Sangue Jovem até o terceiro quesito (alegoria). Sou santista e por isso escolhi participar desta escola. Gostei muito do desfile e acho que estamos indo bem. Só tiramos a nota máxima por enquanto. Após a divulgação do resultado final, que deu o empate para a Sangue Jovem, a Padre Paulo e a Brasil, a Avenida Pinheiro Machado era só comemoração. Aos gritos de é campeã ou bi- campeã, integrantes das três vencedoras esbanjavam felicidade. Pela primeira vez na passarela e campeã logo na estréia, a Sangue Jovem tinha uma torcida orgulhosa. De acordo com diretor de bateria da escola, a vitória foi uma lição para muita gente. Valeu, mesmo com o empate. Disseram que a gente queria fazer tumulto e provamos que viemos abrilhantar o carnaval santista. Para o presidente da Padre Paulo, Robson Rett, o empate não foi motivo de tristeza. Calei a boca de muita gente e provei que posso fazer um ótimo Carnaval. Pelo regulamento seríamos bi-campeões, mas não importa. Estou feliz, até porque os integrantes das outras escolas são meus amigos. Emocionada, Luciana Franco Nascimento, neta da tia Isaurinha, fundadora da Brasil, quase não conseguia falar. Grávida de quatro meses, ela não pôde participar do desfile, mas assistiu tudo de perto e afirmou que a vitória foi merecida. Não pude desfilar este ano, mas assisti tudo, com vontade de pular para dentro da passarela. Com certeza fizemos um Carnaval bonito.