Desfile das escolas de samba movimenta economia
Além de uma bonita festa popular, o Carnaval também é responsável pela movimentação de alguns setores da economia. Em Santos, o desfile das escolas de samba, tradição retomada pela prefeitura em 2006, na Passarela Dráusio da Cruz (Zona Noroeste), deverá gerar neste ano mais de mil contratações temporárias de trabalhadores pelas agremiações, além de incrementar as vendas em comércios de ferragens, aço, madeira, tintas, tecidos, bebidas e alimentos. A estimativa de geração de empregos é do presidente da Licess (Liga Independente e Cultural das Escolas de Samba de Santos), Heldir Lopes Penha, conhecido como Aldinho. Isto porque cada escola do grupo especial contrata, em média, até 100 profissionais, entre eles soldadores, marceneiros, carpinteiros, pintores, decoradores, estilistas, costureiras e empurradores dos carros alegóricos na avenida. Já as do grupo II, que têm exigência de número menor de carros, empregam cada em torno de 70 pessoas. "No carro alegórico há gastos com manutenção do chassi, pneus, caixa de direção, ferragens, tecido, madeira ou aço, dependendo do que o carnavalesco projetou", explica Aldinho, também vice-presidente da escola União Imperial. Um operário, como soldador ou carpinteiro, pode ganhar de R$700,00 a R$1.000,00 mensais. Entre as funções mais bem pagas está a de escultor, que pode render de R$100,00 até R$5.000,00 pela criação de uma obra. Essas contratações temporárias ajudam a gerar renda para pessoas que estão desempregadas, a exemplo de Sheyla Apolinário, 27 anos, moradora do Morro São Bento. Ela participa da confecção das fantasias da Unidos dos Morros, escola pela qual desfila desde os oito anos de idade e onde já chegou a ser rainha de bateria, serviço que rende cerca de R$30,00 por dia. "O dinheiro ajuda a manter os meus (quatro) filhos, comprar fralda e leite, e fazer a minha fantasia". Ao todo, mais nove pessoas realizam este trabalho na agremiação, sob supervisão do carnavalesco Di Souza. COMÉRCIO Na cidade, o principal centro de compras das escolas de samba é o bairro da Vila Mathias, que concentra distribuidoras de aço e comércio de tintas, ferragens e ferramentas. Em uma destas lojas, localizada na Avenida Senador Feijó, a procura principal é por adesivos, colas de diversos tipos, silicone, espumas, tubos, máscaras e materiais para solda. "Em 2006, com a volta do desfile, muitas escolas compraram geradores e máquinas, pois estavam sem patrimônio. Atualmente elas se concentram no consumível", explica o encarregado de vendas Ronaldo Charleaux, que é fã de Carnaval e ritmista da escola de samba Padre Paulo.