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Cvcs ajudam a garantir direitos assegurados pelo eca

Publicado: 16 de julho de 2004
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Em Santos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conta com equipamentos, serviços e programas de grande importância no cumprimento dos direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completou 14 anos este mês. Exemplo desse trabalho são os serviços prestados nos CVCs, três Centros de Valorização à Criança que só em 2003 realizaram quase 30 mil procedimentos, atendendo 1.861 crianças e adolescentes até 14 anos, e prestando apoio psicossocial aos pais ou responsáveis. A psicóloga Dagmar Naolisk, responsável pela Coordenadoria da Saúde da Criança e do Adolescente, afirma que os CVCs são espaços de acolhimento que tratam alguns problemas já instalados e agem na prevenção de outros. Nos CVCs os profissionais têm condições de avaliar o estado real das crianças. Além de minimizar prejuízos já causados à saúde física e mental, ainda conseguimos evitar que o estado dessa pessoa se agrave com outros problemas. Os CVCs contam com equipe multidisciplinar que oferece à população serviços de psicologia, fonoaudiologia, acompanhantes terapêuticas e psiquiatria. A fonoaudióloga Carla Maria Villela Silva, que atua nas três unidades, classifica como fundamental o trabalho desenvolvido. Aqui temos possibilidade de dar cobertura à quase todo tipo de dificuldade enfrentada por pais e filhos. Atendemos casos que vão de distúrbios de leitura ao autismo. Carla explica que lá os problemas são tratados de modo global. Se uma criança está agressiva, ou não desenvolveu a fala como deveria, não a julgamos mal educada ou preguiçosa. Aqui, com muita conversa, tentamos descobrir o que levou a criança a adotar esse comportamento. Dagmar diz que é fundamental avaliar a situação pela qual a família está passando. O histórico familiar é muito importante para que possamos entender o momento da criança. A agressividade pode ser reflexo de um período familiar conturbado, mas também pode indicar violência doméstica ou abuso sexual, que muitas vezes é praticado por pessoas do convívio dessa criança. O acompanhamento da família em qualquer tratamento é decisivo, mas a assistente social do CVC Orla, Silvia Cristina Carvalho, afirma que, infelizmente, em muitos casos ele não acontece. O jeito é ensinar quem está em tratamento a viver do melhor modo possível. A criança não pode transformar a própria realidade sem ajuda da família. Nosso trabalho aqui é o de auxiliar aos pequenos a serem protagonistas da própria vida. Em geral, o atendimento nos CVCs são encaminhados por escolas, policlínicas, Cecons, Conselho Tutelar e diversos outros tipos de instituições. Mas a assistente social explica que é importante procurar o serviço por conta própria ao notar alterações bruscas no comportamento das crianças. Tivemos aqui uma mãe que foi encaminhada pela escola e descobriu que os problemas comportamentais da filha tinham um fundo físico. A menina estava com um tumor cerebral que foi descoberto por meio do trabalho no CVC. A mãe de Marcela, de dez anos, que hoje também trata Tiago, o filho mais novo, na unidade da Orla, chegou há quase um ano no CVC. Ela já não sabia mais o que fazer com a filha que, desde abril, começava a chorar só de ouvir falar em escola. Cheguei nervosa e se não tivesse sido acolhida por aquelas pessoas não teria voltado. Na hora que mais precisei o pessoal do CVC me abraçou. Todo esse carinho pela equipe não é apenas em função da melhora significativa que Cristina Pereira nota dia-a-dia nos filhos. A dona-de-casa conta que lá também encontrou ajuda para resolver um problema grave de saúde que lhe tirava o sono. Tudo aconteceu ao mesmo tempo, as crianças e a doença. Mas, graças a Deus, eu tive amparo. Além de tudo o que a equipe faz pelos meus filhos, a assistente social ainda me ajudou a conseguir uma operação para retirar nódulos do meu seio.