Curso ensina a escutar e respeitar vivências das mães que amamentam
O III Curso de capacitação de multiplicadores da Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (Iubaam),realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Santos, teve prosseguimento nessa terça-feira (30), no Coas (Av. Pinheiro Machado 580). Até o final do ano, o Departamento de Unidades Básicas pretende transformar todas as policlínias em Iubaams. O curso, que termina nesta quinta-feira (1º) é destinado a médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais, que vão passar os conhecimentos adquiridos para outros funcionários, visando fortalecer o papel das unidades básicas na promoção, proteção e apoio à amamentação. Entre os temas já discutidos pelo 23 profissionais que participam das aulas figuram os dez passos para o sucesso da amamentação, a visão holística da mulher e o saber popular e da família. Nesta quarta-feira (31), o módulo da aula focaliza a abordagem de apoio à amamentação e princípios básicos do aconselhamento. Em Santos, os grupos de aleitamento já existem há vários anos e é uma das razões da ótima colocação que o Município desfruta no Estado, em relação à amamentação exclusiva no peito, até os 6 meses. "Escutar as preocupações, vivências e dúvidas das gestantes e mães sobre a prática de amamentar também faz parte do aprendizado, uma vez que é fundamental que elas sejam apoiadas e fortalecidas em sua autoconfiança", explica a médica Selma Freire da Coordenadoria da Criança e do Adolescente. Muitas mulheres já trazem experiência anteriores com a amamentação. Outras, durante o processo, vão se deparando com uma série de dificuldades, que afetam sua autoconfiança e vontade de amamentar. Ao realizar o aconselhamento à mãe, o profissional de saúde deve buscar compartilhar a vivência, conhecer como a mulher reagiu a essas experiências e ter uma atitude de empatia. "A mulher deve ser animada a persistir". Muitas desistem do aleitamento materno em razão de sentirem dor ou por acharem que têm leite insuficiente. Por essa razão, o curso também reserva um capítulo especial sobre o correto posicionamento do lactente ao peito para uma pega adequada. Isso previne traumas mamilares. Essa orientação deve começar já no pré-natal, prosseguir na maternidade e com um acompanhamento continuado nas consultas ambulatoriais. "Se a forma de pegar o peito estiver inadequada deve ser corrigida o mais rápido possível, mas também pode acontecer da criança deixar de sugar corretamente em função do uso paralelo de bicos artificiais, chupetas ou mamadeiras". As mães devem ser orientadas que mamadeiras e chupetas interferem na dinâmica de sucção sem contar que esse uso está associado à maior incidência de má oclusão dentária, de cárie rampante, de otite média e de candidíase oral. O método alternativo para os bebês que não podem sugar ou precisam ficar afastados das suas mães, no horário de trabalho materno, é o uso de copo ou xícara.