Congresso aprova "Carta de Santos", com 19 propostas
Pactuar com urgência a política estadual de atenção básica para São Paulo, participação ativa no processo de construção do SUS e fortalecimento da regionalização em parceria com o Estado. São algumas das 19 propostas contidas na "Carta de Santos", aprovada no 25º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, que terminou nesta sexta-feira (1º) no Mendes Convention Center.
Mais de 1.900 profissionais, vindos de 300 cidades, participaram do evento, organizado pelo Cosems/SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado) e prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde.
"Tivemos uma resposta maravilhosa dos participantes. E o Consems, comprometido na consolidação do SUS (Sistema Ênico de Saúde), que sofre crises e é ameaçado por outras propostas, conseguiu encantar os profissionais, com reforço do comprometimento", disse o secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho.
O congresso foi encerrado com a posse da nova diretoria do Consems/SP. Considerando "missão bem cumprida, com avanço da consolidação dos colegiados de gestão regional com parceria entre os municípios", Maria do Carmo Cabral passou a presidência para Ademar Arthur Chioro dos Reis. Para ele, um dos pontos fundamentais é a discussão do novo modelo de atenção à saúde, "que ainda é voltado para hospitais, procedimentos, tecnologia, doença e muito pouco para promoção de saúde". Em 2012, o 26º congresso será realizado na cidade de Marília.
Ministro
Em entrevista coletiva após sua palestra, quinta-feira à noite (31), no congresso, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou a proposta da Prefeitura de Santos como possível alternativa de fonte de recursos para o financiamento do SUS (Sistema Ênico da Saúde).
"É uma proposta que vamos por em pauta, mas não podemos negligenciar o aprimoramento da gestão e o controle de custos. Adotando essas políticas os municípios e os estados terão mais recursos", afirmou.
Padilha enfatizou em vários momentos que a situação era histórica e decisiva. "A saúde é tema central dos novos governos estaduais, mesmo daqueles que não colaboram no financiamento tripartite. Até as forças políticas que nos tiraram os R$ 40 bilhões (ano) da CPMF concordam que é necessário mais financiamento para a saúde.
Temos uma presidente que elegeu o setor como prioridade e em três meses de governo lançou os programas "saúde não tem preço", "prevenção do câncer de colo de útero e mama" e "rede cegonha". Segundo o ministro, "é a oportunidade que temos de convencer a sociedade, principalmente aqueles que não precisam de hospitais públicos, para que assumam a saúde como fizeram com a educação". Nesse ponto ele se referiu a bancos, indústrias e instituições que investem na área educacional, tipo o sistema "S" (Sesc, Senai e Sesi).