Comunidade negra luta para ocupar espaço
Na solenidade de abertura da Semana Municipal da Consciência Negra, terça-feira (13) à noite, no Teatro Municipal Brás Cubas, a luta e a resistência do negro foram destacadas. "O negro deve ocupar o seu espaço em todos os segmentos da sociedade", enfatizou Alzira Rufino, presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra. Para Regina Célis, secretária do Conselho da Comunidade Negra, "vivemos um tempo de transformações, porque é chegado o momento de recontar a história de luta e resistência de Zumbi que deve ser reconhecido como herói". Todos oradores da solenidade reverenciaram a figura do líder guerreiro Zumbi, assassinado em 1695. Também foi destaque no evento a apresentação do grupo de teatro de alunos do Educafro - Núcleo Vila Gilda, que mesclaram frases do hino nacional com palavras expondo as injustiças sofridas pela raça negra. A premiação de 12 alunos de emeis e emefs que participaram do Concurso de Poesias Zumbi dos Palmares arrancou aplausos do público. Entre os premiados estavam Natalie Santana, 10 anos, aluna do 4º ano B da Emef Valdery de Almeida, e Regina Célia, 55 anos, do 5º ano da Emef Docas de Santos. "Só depois dos 50 anos tive chances de estudar e hoje me sinto como uma criança no dia da diplomação", disse Regina. A Semana Municipal da Consciência Negra continua hoje (15), com lançamento dos livros Príncipes do Destino, de Reginaldo Prandi, e Cadernos negros. Amanhã (16), Celso Santana abordará o tema Legislação Anti-racismo e no dia 17, Neide Aparecida da Fonseca, presidente do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial, falará sobre Políticas de Ações Afirmativas. No dia 19, às 19 horas, haverá o encerramento do festival de capoeira. Dia 20, às 11 horas, na Praça Palmares, junto ao busto de Zumbi, acontece o ato pelo Dia Nacional da Consciência Negra e, às 12 horas, na Casa de Cultura da Mulher Negra será feito o lançamento da revista Eparrei pós-África; às 19 horas, missa afro na Igreja do Valongo, em homenagem a Zumbi dos Palmares e às 21 horas, espetáculo de teatro baseado em poesia, músicas e danças afro-brasileiras com o Grupo Kaúta de Teatro. Atividades de música, dança e comidas típicas da cultura negra, dia 24, a partir das 20 horas, na Igreja do Valongo, marcarão o encerramento do evento.