Comissão vai elaborar plano de adaptação à mudança climática
No prazo de um ano, Santos deverá contar com um plano para enfrentar as alterações climáticas como a elevação do nível do mar. O documento será elaborado pela Comissão Municipal de Adaptação à Mudança do Clima, criada por meio do decreto n° 7.293, publicado nesta terça-feira (01) no Diário Oficial do Município.
O grupo será coordenado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Nelson Gonçalves, com representantes titulares e suplentes do Gabinete do Prefeito, da própria Sedurb e das pastas de Comunicação e Resultados (Secor), Meio Ambiente (Semam), Serviços Públicos (Seserp), Infraestrutura e Edificações (Siedi), Assuntos Portuários e Marítimos (Seport), Segurança (Seseg), Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedes) e da Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS).
Os integrantes da comissão serão indicados pelas secretarias e órgãos e, em seguida, nomeados por meio de portaria do prefeito Paulo Alexandre Barbosa. O documento, que deverá estar em consonância com o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA) e o Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana de Santos (lei n° 821/2013), avaliará cenários, impactos, áreas estratégicas, além de planejar programas e ações, entre outras atribuições.
Intervenções custam R$ 238 milhões
A Cidade precisa investir R$ 238 milhões em medidas de adaptação para enfrentar a elevação do nível do mar – que deverá ser de até 45 cm em 2100. Os dados foram apresentados e debatidos na terça-feira (01), na Associação Comercial, durante o Segundo Workshop do Projeto Metrópole, uma pesquisa internacional que Santos participa e que busca soluções contra as consequências das alterações climáticas.
As medidas foram sugeridas durante encontro realizado em 30 de setembro, com representantes de vários setores da sociedade, e calculadas pelos cientistas por meio da plataforma Coast (Ferramenta para Adaptação Litorânea da Elevação do Nível do Mar).
“A Prefeitura sempre esteve junto com a gente. É impossível fazer este projeto sem este auxílio, porque precisamos de dados para alimentar a plataforma”, explicou a professora doutora Luci Hidalgo Nunes, do Instituto de Geociências da Unicamp.
Para o pesquisador e coordenador do projeto, José Antonio Marengo Orsin, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), o resultado da iniciativa, que terminará em setembro do próximo ano, irá auxiliar a Cidade na elaboração do seu plano de adaptação às mudanças climáticas. “Queremos deixar um legado para Santos enfrentar a elevação do nível do mar”.
Medidas previstas
Zona Noroeste: dragagem, sistema de comportas e estações de bombeamento e recuperação de mangue
Custo das intervenções: R$ 201,9 milhões.
Prejuízo estimado se nada for feito (somente com imóveis/valor venal): R$ 236,4 milhões.
Zona Sudeste: (região da orla – Ponta da Praia-Embaré): engordamento/alimentação artificial da praia, muro de proteção e sistema de bombeamento e melhoria de comporta dos canais
Custo das intervenções: R$ 36,5 milhões
Prejuízo estimado se nada for feito (somente com imóveis/valor venal): R$ 1 bilhão.
Foto: Renata Bomfim