Combate ao Aedes: agentes vistoriam mais de 4,2 mil imóveis no Marapé, em Santos

A Secretaria de Saúde realizou mutirão de combate ao Aedes aegypti, quarta (19) e quinta-feira (20), no Marapé, devido à grande infestação de mosquitos capturados nas armadilhas espalhadas pelo bairro e ao número de casos de dengue na região. Foram escalados 57 agentes de combate a endemias, que fizeram a vistoria no bairro e percorreram 4.237 imóveis, eliminando 61 focos com larvas do mosquito.

Os mutirões realizados neste ano evidenciaram um aliado do mosquito, as recusas. Os agentes, mesmo uniformizados com colete verde e crachá, foram impedidos de entrar em 1.066 imóveis. O mutirão terá retorno neste sábado (22) para eventuais pendências, podendo ser cancelado em caso de chuva.

A empresa Terra Santos atua em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando uma equipe de 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.

OUTONO

O outono chegou, mas a atenção deve ser redobrada neste período. Historicamente, os meses de abril e maio são os que mais registram casos na Cidade, e a meteorologia aponta que o outono terá a cara do verão: quente e úmido. Por esse motivo, Santos segue investindo na conscientização da população, a melhor forma de prevenção contra o mosquito.

Durante os mutirões, a equipe de Informação, Educação e Comunicação (IEC) participou com um pedágio educativo na quarta-feira e uma ação na sala de espera da Policlínica do Marapé, na quinta.

Luciana Luciano, vigilante de 52 anos, foi uma das abordadas pelos agentes. Ela conta que já teve dengue quatro vezes e sabe bem os perigos da doença. “Começou com uma dor de cabeça forte, fui ao hospital e fiz o teste. Descobri que estava com dengue hemorrágica. Me senti muito mal, tive dor intensa nos ossos. Meu filho, com apenas 11 meses, também teve dengue e foi horrível.

Luciana também ressaltou o trabalho dos agentes: “a conscientização nos lembra da importância de cuidar de cada detalhe, como não deixar água parada em vasos de plantas. Acho errado as pessoas não deixarem os agentes entrarem em suas residências, a doença tem que ser levada a sério. Só quem teve dengue sabe como é a dor.”

Já o aposentado Manoel Messias, de 81 anos, deu um exemplo positivo e mostrou que a prevenção faz a diferença. “Os agentes vieram aqui e não encontraram nenhum foco. Faço minha parte todos os dias, deixo os pratos dos vasos furados para não acumular água. O trabalho deles é essencial para combater a dengue, que é um problema sério.”

No mutirão, foram encontrados focos do mosquito em ralos externos, balde, pratinho de vaso de planta, banheira de hidromassagem, piscina e caixa d’água. A Secretaria de Saúde recomenda que as famílias façam uma vistoria toda semana, com atenção especial para estes possíveis acúmulos de água parada.

BALANÇO

Os mutirões realizados no ano de 2025 em Santos já eliminaram 716 focos com larvas. A cidade registra 156 casos de dengue e 3 de chikungunya neste ano.  

O MOSQUITO

As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.

Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.

VACINA

A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

PRINCIPAIS DICAS

• Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
• Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
• Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
• Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
• Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
• Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
• Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
• Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente

ESTRATÉGIAS DE SANTOS AO ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO

• Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
• Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
• Visitas aos imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente
• Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
• Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
• Nebulização - aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
• Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
• Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
• Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
• Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
• Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria    

 Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Bem-Estar. Conheça os outros artigos dos ODS.

Fotos: Raimundo Rosa