Coeficiente de mortalidade infantil cai em santos
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) em Santos caiu em 2005, fechando o ano em 13 para cada 1 mil nascidos vivos. No período de 2000/ 2003 o CMI permanecera estável, em torno de 15,1, e em 2004 foi de 14,4. Isso demonstra um ligeiro declínio nos últimos dois anos. Levando em consideração que no início da década de 1990 o coeficiente era de 33,9, constata-se que este vem caindo, gradativamente. A investigação é feita para Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep) nas crianças de 0 a 1 ano de idade, cujos pais residem em Santos. Assim como acontece em regiões mais desenvolvidas, a maioria dos óbitos ocorre no período neonatal (primeiros 28 dias de vida). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) trabalha para reduzir as mortes nesta faixa etária foram 55 no ano passado -, a maioria relacionada à falta de acompanhamento da gestante (pré-natal), assistência ao parto e ao recém-nascido. Entre as estratégias para reduzir ainda mais o CMI estão a reestruturação da Casa da Gestante, Programa de Planejamento Familiar e organização do Sistema de Vigilância Materno-infantil, que integrará e dará apoio aos programas de saúde da mulher e da criança. O objetivo é vigiar a mãe desde a confirmação da gravidez, verificando se ela pegou o resultado do exame, se iniciou o pré-natal e se enfrenta problemas familiares, para que os riscos sejam avaliados do início, explica Roseine Fortes Patella, responsável pela Vigilância Materno-infantil. NÚMEROS Em 2005 nasceram em Santos 5.441 crianças cujos pais moram na Cidade. Destas, vieram a óbito 71, das quais 65 chegaram a ser internadas e pelo menos 54 (76%) poderiam ser evitadas. Em 2004 foram registrados 5.607 nascimentos e 81 óbitos. ATENÇÃO E CUIDADO Criado em 1991, o Programa de Vigilância do Recém-Nascido de Risco, da SMS, acompanha durante um ano todos os bebês que apresentam critérios considerados de alto risco. Entre eles, nascer com menos de 2,5 quilos; permanecer internado ao nascer; possuir alguma malformação congênita ou ter mãe HIV positivo (neste caso o acompanhamento é feito durante dois anos, no NIC). Também representam fatores de risco os prematuros ou com irmãos menores de 2 anos, como é o caso do pequeno Gabriel, que nasceu no último dia 26 de dezembro, no Hospital Maternidade Silvério Fontes, onde ainda está internado. A mãe, Rosana Gomes dos Santos, 36, tem outros quatro filhos o menor com apenas 1 ano e 9 meses e deu à luz aos sete meses de gestação. Só descobri que estava grávida com cinco meses, por isso só deu tempo de fazer umas três consultas na Policlínica da Ponta da Praia, revela, com o bebê ao colo, hoje bem mais forte, com 1.800 gramas. Apesar da preocupação com os filhos que estão em casa, sob os cuidados da mais velha, de 18 anos, Rosana está feliz com a recuperação do bebê e com o atendimento recebido. Aqui é ótimo, já sou da casa, estou aqui há mais de um mês, afirma. Em Santos, apenas o Silvério e o Hospital Guilherme Álvaro permitem que a mãe fique internada até a saída do bebê, para acompanhar sua evolução, afirma a assistente social da maternidade, Adriana Novelli. E a gente sabe que a reação do bebê é infinitamente melhor, endossa a psicóloga da unidade, Márcia Regina de Almeida Gonçalves. Quem também elogia a atenção da maternidade é a mãe do recém-nascido Yago, de 12 dias, Alexandra da Silva, 28. Ela fez o pré-natal na rede particular, pelo convênio, mas como a carência não cobria o parto, deu à luz ao menino em 20 de janeiro, também no Silvério Fontes. Apesar de tudo ter corrido bem, na quarta-feira (1º) voltou ao hospital, acompanhada da mãe e da filha mais velha, Iara, de 10 anos. Ligaram porque deu alguma alteração no teste do pezinho. Viemos fazer outro exame, disse Alexandra, muito nervosa, com a coleta do sangue. O exame é obrigatório e detecta doenças como a anemia falciforme, hipotireodismo congênito, fenilcetonúria e outros males do sangue, evitáveis e tratáveis. ACOMPANHAMENTO PASSO A PASSO Pré-natal com no mínimo oito consultas durante a gestação, incentivo ao aleitamento materno e a triagem neo-natal (teste do pezinho) no próprio Hospital Maternidade Silvério Fontes, além de encaminhamento das mães para acompanhamento nas policlínicas, inclusive com atenção odontológica ao bebê. Estas são algumas das medidas adotadas pela SMS que fizeram com que a mortalidade tardia, de 29 dias a 1 ano, fosse reduzida em 70%.