Codevida ganha pista de agility

A Prefeitura iniciou um trabalho inédito ao inaugurar a primeira pista de agility (prática esportiva de habilidade e velocidade) da Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Codevida). O equipamento, com saltos, passarela e túnel, ocupa área de quase 50m², e tem a finalidade de melhorar a qualidade de vida de animais vítimas de maus tratos.

Dez cães já foram pré-selecionados para duas sessões diárias da modalidade, com cerca de 20 minutos de duração cada. O agility exercita o corpo, melhora a capacidade de percepção e as habilidades motoras.

“Para os cães, a atividade física é o melhor carinho que existe, gera felicidade. É preciso lembrar que energia não extravasada se transforma em doenças e comportamento inadequado”, afirma Leila Abreu, coordenadora da Codevida.

O exercício, segundo Guilherme Victor dos Santos, especialista em comportamento animal, ajuda a liberar a serotonina, um hormônio relacionado ao bem-estar, o que deixa os animais mais equilibrados e obedientes.

“A Dandara, por exemplo, foi a primeira a se exercitar na pista. É uma cadela mestiça de pitbull, muito agitada e hiperativa, mas que em poucas sessões não só aprendeu a maioria dos exercícios como está muito mais tranquila e focada”, explica Guilherme.

Específicos

Além de ser um momento divertido para o animal, cada exercício tem um objetivo específico. Os saltos, por exemplo, aprimoram a habilidade para vencer obstáculos, reforçando a autoconfiança. Já a passarela exige foco, atenção, concentração e equilíbrio, enquanto o túnel exercita a confiança no condutor para ultrapassar obstáculos.

As pistas de agility surgiram há cerca de 30 anos na Europa com o objetivo de divertir o público durante exposições de cães. Com o tempo, transformaram-se em esporte, praticado pelo cão e seu dono, que por meio de uma série de comandos ajuda o cachorro a superar diversos obstáculos. No Brasil, a atividade começou a ser praticada por volta de 1995.

Mais recentemente, percebeu-se seu potencial para enriquecer o ambiente de cães que vivem em espaços fechados, reduzindo o estresse e ajudando na sociabilização do animal.

“Esta é uma das únicas pistas de agility em órgãos públicos no Brasil a ser utilizada como metodologia terapêutica em animais com desvio de comportamento”, explica Leila Abreu.

Foto: Isabela Carrari