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Cidade garante expressão de diversos gêneros da dança

Publicado: 25 de março de 2009
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"A dança é a linguagem escondida da alma". A frase da bailarina americana Martha Graham (1894-1991), conhecida como a mãe da dança moderna, resume bem a importância dessa arte como forma de expressão. Em Santos, a prefeitura garante o acesso da população a diversos gêneros, da dança de rua ao balé clássico, promovendo benefícios como enriquecimento cultural, desinibição, bem-estar e até inclusão social. Entre as opções, todas gratuitas, um dos destaques fica por conta das aulas de dança de salão, oferecidas pelas secretarias de Cultura e de Esportes, que reúnem mais de 750 alunos. No Centro de Cultura Patrícia Galvão, o estilo é voltado para o ensinamento da salsa e do ‘zouk’ (ritmo parecido com a lambada, originário do Caribe). Já nos demais locais, como nos equipamentos da Seas (Secretaria de Assistência Social), Posto 5, Centro Turístico, Esportivo e Cultural do Morro do São Bento, Centro Esportivo da Zona Noroeste e Complexo Esportivo e Recreativo Rebouças (Ponta da Praia), os alunos aprendem diversos ritmos de salão, do bolero ao samba. Neste último, entre os participantes está o casal de namorados Luiz Fernandes Ferreira, 61 anos, e Maria da Graça Leite, 56. Eles destacam algumas evoluções após o início das aulas: melhor interação, coordenação e equilíbrio. "O ambiente é muito bom e a sensação é de descontração. Aqui a gente fica alheio aos problemas existentes e não se estressa". As aulas também aproximaram mais a aposentada Maria Helena Rodrigues Afonso, 56 anos, e seu filho Bruno, 25, além de outros benefícios. Para a mãe, que sofreu uma lesão no tornozelo, a atividade tem ajudado em sua recuperação e, para Bruno, trouxe desenvoltura para arriscar passos na noite. Demonstrando a variedade de estilos oferecidos, também no Rebouças cerca de 45 alunas aprendem os segredos da dança do ventre e, no Centro Esportivo M. Nascimento Jr. (Bom Retiro), 40 alunos recebem as orientações do samba-rock, estilo nascido na década de 1960, que mistura os ritmos brasileiro e americano. Os gêneros axé, samba e forró também são ensinados para 150 alunos no curso de ritmos brasileiros, no Centro de Cultura Patrícia Galvão. No local, também há a oportunidade de conhecer o estilo da dança de rua, que tornou a cidade referência no país e hoje é transmitido para mais de 400 crianças e jovens. Outro diferencial é o curso de expressão corporal, que contribui para desinibição de 100 participantes. Na Escola Livre de Dança, cerca de 150 pessoas têm a oportunidade de conhecer um pouco mais de um dos ícones da cultura espanhola: o flamenco. O estilo tem raízes profundas na cultura cigana, mourisca e influência árabe, sendo atualmente muito difundido em todo o mundo. INCLUSÃO Promovendo o bem-estar e inclusão social de 40 idosos e pessoas com deficiência física, a prefeitura oferece, respectivamente, os cursos de dança esportiva e em cadeira de rodas. A cadeirante Micheli Sueli da Rocha, 29 anos, auxiliar de escritório, participa deste último há dois anos. Anteriormente, praticou basquete como opção de atividade física, mas não se sentia realizada. "Me encontrei na dança. Por meio do curso fiz amizades e também aprendi a ser mais independente e extrovertida". BAILARINOS CIDADÃOS Com estilos distintos, as bailarinas e coreógrafas Patrícia Ricci e Renata Pacheco, respectivamente, diretoras da Escola Livre de Dança e da Escola de Bailado de Santos, da prefeitura, têm uma semelhança em particular: a dedicação e o amor à dança. Aos cuidados dessas profissionais, está hoje a formação de 750 bailarinos. E ambas destacam a perseverança entre os principais responsáveis para obter um bom aprendizado. Na Escola Livre de Dança, são 350 bailarinos, quase em sua totalidade mulheres. Desde 2008, a unidade adotou a metodologia da conceituada escola inglesa Royal Academy of Dancing, na qual a diretora Patrícia é graduada. Por esse método, a formação dos alunos tem período de nove anos, com início aos cinco anos de idade. Inicialmente, é transmitido o conhecimento do balé clássico e no decorrer do curso somam-se as disciplinas do jazz, sapateado irlandês, música, teatro, contemporâneo, história da dança, canto e cenotécnica. Além da formação cultural, os alunos recebem noções de disciplina, comportamento e boa postura. "Por meio da dança nós acabamos ajudando na formação das crianças e jovens. E muitos pais agradecem o apoio dado em momentos de dificuldades", explica Patrícia. A aluna Karla Bernard, 31 anos, é exemplo do sucesso da Escola Livre. Formada bailarina em 2005, se tornou professora de dança e dá continuidade ao ciclo de formação de novas bailarinas. Suas duas filhas, Manoela, 11 anos, e Marcela, oito, também seguem seu caminho e aprendem os primeiros passos no mesmo lugar onde começou. "Sempre que danço me sinto renovada e leve. Hoje, vejo o mesmo acontecendo com as minhas filhas". Na Escola de Bailado de Santos, a formação de balé clássico segue a metodologia russa e também dura nove anos, com a realização anual de teste de avaliação. Para ingressar, o candidato deve possuir conhecimentos de balé e aptidões físicas necessárias, como estrutura óssea adequada e flexibilidade. A idade inicial é de sete anos (ideal) e o limite máximo, 18. Cerca de 400 alunos integram a unidade, sendo 20 deles do sexo masculino. Todas as aulas são ritmadas por pianistas. A escola clássica é referência no país e considerada por personalidades da dança como uma das melhores do Brasil. À frente da unidade há 12 anos, Renata Pacheco foi a criadora do Corpo de Baile Oficial da Escola. Hoje, são quatro corpos de baile: infantil, juvenil, jovem e o ‘Balé da Cidade de Santos’. Este último já conquistou diversos prêmios, com destaque para o 1° lugar no Festival Internacional de Dança Youth America Grand Prix, realizado em Nova Iorque, em 2006. Com uma vida intensamente dedicada à dança, Renata é taxativa: "A dança é o que me completa e satisfaz. Eu tenho necessidade dela, assim como tenho de me alimentar". A mesma dedicação à arte é exposta pela bailarina Marília Barbosa, 18 anos, formada na Escola de Bailado em 2007. Atual professora no local e integrante do Balé da Cidade de Santos, ressalta que a disciplina é o segredo para se tornar uma bailarina profissional. "Dançar me faz bem e pretendo continuar dançando enquanto puder. Também gosto de ensinar e quero passar adiante tudo que aprendi aqui". SERVIÇO A Escola Livre de Dança realizará no dia 4 de abril, a partir das 10h, seleção de bailarinos e bailarinas para a Companhia de Dança adulta. Os candidatos devem ter entre 16 e 25 anos de idade e podem se inscrever na sede da escola (Rua Antônio Bento, 49, Vila Mathias), das 9h às 12h ou das 14h às 17h. É preciso levar cópia do documento de identidade ou da certidão de nascimento. Já as inscrições para os demais cursos oferecidos pela Secult estão encerradas, pois ocorrem no início de cada ano. E os interessados nas aulas de dança da Semes, podem verificar a existência de vagas remanescentes nos centros esportivos: M. Nascimento Júnior (Rua João Fraccaroli s/nº, Bom Retiro), Rebouças (Praça Engenheiro José Rebouças s/nº, Ponta da Praia) e Zona Noroeste (Rua Fausto Felício Brusarosco s/nº, Castelo).