Cidade debate impactos da nova arena do Santos FC na Vila Belmiro
A Comissão Municipal de Análise de Impacto de Vizinhança (Comaiv) realizou, na tarde desta segunda-feira (14), uma audiência pública para apresentar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do projeto da nova Arena do Santos Futebol Clube.
O encontro realizado no Salão de Mármore do Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro) reuniu representantes da Prefeitura, da construtora, dirigentes do clube e membros da sociedade civil.
O objetivo foi garantir a transparência do processo e fomentar a participação popular na análise dos efeitos que a nova arena poderá causar ao entorno, em aspectos como mobilidade, infraestrutura, segurança, meio ambiente e uso do solo.
A apresentação do EIV é etapa obrigatória para a tramitação legal de empreendimentos de grande porte, como este, que prevê a construção de uma arena para 30.108 torcedores, em área de 71 mil m². Ainda não há data definida para o início das obras.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, Glaucus Farinello, destacou o caráter participativo do processo e garantiu que medidas preventivas serão tomadas para proteger os imóveis vizinhos.
“Todo empreendimento desse porte exige laudos cautelares em imóveis vizinhos. O acompanhamento será rigoroso, com equipe técnica dedicada a prevenir e reparar possíveis danos. Mais do que nunca, nosso papel é garantir um processo transparente, responsável e que dê tranquilidade à vizinhança.”
O projeto da nova arena segue em análise técnica e jurídica. A audiência pública marca uma etapa decisiva no processo, ao reforçar o compromisso com o diálogo e a construção coletiva de soluções para o futuro da Vila Belmiro e da Cidade.
Durante o debate, moradores expressaram preocupações, especialmente relacionadas à infraestrutura urbana, segurança e escoamento do público.
O presidente da Sociedade de Melhoramentos da Vila Belmiro, Gilberto Coelho, destacou a apreensão da comunidade com o aumento do fluxo de pessoas.
“Com 10 mil pessoas já temos dificuldades com segurança, ambulantes e trânsito. Imagina com 30 mil. É preciso pensar no entorno, no acesso de ambulâncias e bombeiros, e no impacto às casas antigas da região.”
O presidente do Santos FC, Marcelo Teixeira, reforçou que o foco do encontro era justamente ouvir a população e apresentar soluções.
“Sabemos que toda grande mudança traz receios. Mas também traz oportunidades. Uma arena moderna garante melhor escoamento, maior segurança e acessibilidade. A revitalização das vias ao redor, com calçadas amplas e fachadas ativas, trará vida nova ao bairro. É um projeto que melhora o entorno e valoriza os imóveis. Estamos aqui para dialogar e ajustar o que for necessário.”
O arquiteto responsável pelo projeto, Luiz Volpato, ressaltou o cuidado técnico e urbanístico envolvido no desenvolvimento da nova arena, que já passou por três versões.
“Desde o início, tivemos a certeza de que a melhor solução era manter o estádio na Vila. Estudamos cada rua, cada detalhe do entorno, para minimizar impactos negativos. O projeto é fruto de cinco anos de trabalho e representa evolução, respeitando a memória do clube e da cidade".
Essa iniciativa contempla o item 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Cidades e Comunidades Sustentáveis. Conheça todos os artigos dos ODS.