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Cemitério do Paquetá em Santos celebra missa pelos 170 anos

Publicado: 29 de novembro de 2024 - 18h05

Em meados de 1800, os santistas que não tinham muitos recursos, quando morriam, acabavam sendo enterrados em um terreno na parte de trás do Santuário Santo Antônio do Valongo. Já as famílias mais abastadas, e que mantinham contribuições generosas à Igreja, faziam seus enterros no interior de outras igrejas. Esta realidade mudou em 30 de novembro de 1854, quando foi inaugurado o primeiro cemitério municipal de Santos, o do Paquetá, que passou a concentrar os sepultamentos da Cidade.

Passados 170 anos, a necrópole municipal mais antiga celebra o aniversário de fundação neste sábado (30) com missa na própria capela, pelo padre da Catedral Nossa Senhora do Rosário, José Myalil Paul. Também haverá exposição com fotos, contando um pouco da história de figuras notáveis ali sepultadas.

O cemitério é a última morada de personagens históricos de vulto nacional como o ex-governador Mário Covas e seu neto Bruno Covas (ex-prefeito de São Paulo), os ex-prefeitos santistas Luiz La Scala Júnior e Antônio Feliciano, o pintor Benedicto Calixto, os poetas Vicente de Carvalho e Martins Fontes, o professor e advogado Cleóbulo Amazonas Duarte, o escritor Júlio Ribeiro, o apresentador de TV Edson Bolinha Cury, entre outras pessoas que se projetaram para além dos limites da Cidade.

NECESSIDADE SANITÁRIA

O historiador José Dionísio de Almeida, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), conta que a criação do primeiro cemitério municipal surgiu de uma necessidade sanitária. “Foi surgindo uma série de doenças e epidemias. O número de pessoas mortas foi aumentando e as igrejas passaram a não mais dar conta dos enterros”.

A escolha do local para erguer o cemitério foi estratégica, afirma Dionísio. O Paquetá era uma região considerada distante do Centro. “Não morava ninguém lá”. O mesmo critério, destaca, foi usado para erguer unidades de saúde como o Hospital Guilherme Álvaro, no Boqueirão. “A mesma situação se deu com o Cemitério da Filosofia, erguido no Saboó (em 1892), também afastado do Centro”. O historiador narra que, com o funcionamento do Cemitério do Paquetá, caiu a tradição de enterros no entorno e no interior de igrejas.

Uma das sepulturas que mais chamam a atenção é a do túmulo do advogado João Galeão Carvalhal. A obra possui a imagem de uma mulher, em tamanho natural, debruçada sobre a peça chorando a perda do político abolicionista. Acima, há um busto ladeado por dois anjos.

O cemitério tem 26 mil metros quadrados, com 5.652 campas entre o chão e o muro. Para preservar a história da Cidade, conta com 26 túmulos tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), em janeiro de 1997. Os critérios levados em conta para a medida foram antiguidade, valor artístico e importância histórica da personagem.

IRMANDADES

Dez irmandades da Igreja Católica contam com campas ou ossários: Venerável Ordem 3ª de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral de Santos, Venerável Ordem 3ª de São Francisco da Penitência, Irmandade de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, Irmandade de Nossa Senhora do Rosário Aparecida, Irmandade de São Benedito, Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte, Irmandade de Nossa Senhora do Terço, Irmandade de Nossa Senhora do Amparo e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.

SERVIÇO

Localizado na Rua Dr. Cochrane s/nº, o equipamento fica aberto das 7h às 17h e o horário da secretaria é das 7h às 11h e das 13h às 17h.

Esmeraldo Tarquinio, Silvério Fontes, Benedicto Calixto, Mario Covas e Galeão Carvalhal (ao centro)

Esta iniciativa contempla o item 9 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Indústria, Inovação e Infraestrutura.Conheça os outros artigos dos ODS.