Carnabonde 2004 atrai multidão de foliões ao centro histórico
Assim como a baiana Praça Castro Alves é do povo, como diz a música, a santista Praça Mauá também o é. Principalmente em dia de Carnabonde. A quarta edição do evento promovido pela Prefeitura, realizada sábado (14), levou milhares de pessoas ao Centro Histórico. Foliões de todas as idades, que brincaram carnaval com muita animação e em total harmonia. O Carnabonde 2004, que homenageou o antigo bloco carnavalesco Dengosas do Marapé, abriu oficialmente, e em grande estilo, as festividades de Momo em Santos. Foram seis horas de festa, que atraiu mais de quatro mil participantes. A chave simbólica da Cidade foi entregue às mãos do Rei Momo, Babi, que esteve acompanhado da Rainha do Carnaval, Fernanda Cristina, da princesa Simone, do cidadão e da cidadã samba, Sidney Bernardo e Nilza Aparecida. Tudo na maior descontração. A Corte de Momo chegou à Praça trazida pelo Bonde Turístico, que ganhou decoração especial com a temática do baile. A chegada do bonde foi festejada. Depois da concentração na Praça Barão do Rio Branco, o cortejo saiu, puxado por calhambeque de 1930, trazendo ao alto um antigo integrante do Dengosas do Marapé, caracterizado de melindrosa. Junto, seguiam também alunos da Escola Livre de Artes Cênicas da Secretaria de Cultura (Secult), trajando modelitos inspirados em temas que animaram desfiles do bloco no passado. Puxando o cortejo, a Banda da Corte. Com convidados e autoridades já no palanque oficial, aconteceram homenagens a três nomes que fizeram parte do Dengosas, aos quais a Prefeitura ofereceu placa: Antonio Sérgio Sarro, Benedito Casimiro de Azevedo Júnior e Carlos dos Santos Tavares, o Carlito, já falecido. Em seguida, o bonde seguiu seu percurso, arrastando milhares de foliões pelas ruas do Centro Histórico, enquanto na praça, a banda do maestro Nilson Zago recolocou a multidão para dançar. Para agradar ao público das várias idades, o repertório do baile teve desde antigas marchinhas carnavalescas a músicas dançantes da atualidade, além do samba do Carnabonde 2004, de autoria de Rubens Gordinho, Jairo Cândido e Sandra Santos. O ânimo e alegria prevaleceram, mesmo sob os chuviscos que caíram desde o início da festa, às 16 horas. E mesmo quando a chuva se fez presente de forma mais intensa, já à noite, o público não arredou o pé da praça e a folia prosseguiu até às 21 horas. A Polícia Militar disponibilizou 20 homens atuando na área, a pé e motorizados, além da unidade base que ficou a postos durante todo o evento. Já a Guarda Municipal, mobilizou 20 integrantes e duas viaturas. A Polícia Civil também manteve equipe para apoio à segurança do baile, que transcorreu sem incidentes. No posto de atendimento médico, montado pela Secretária de Saúde (SMS), também não houve nenhum registro de atendimento. Organizado por meio das Secretarias de Comunicação (Secom) e de Cultura, o evento teve o apoio da Pepsi-Cola, Distribuidora de Bebidas Megalitoral, Prodesan, Fundo Social de Solidariedade, secretarias de Saúde e de Obras e Serviços Públicos, CET e Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira. EVENTO REÚNE PÚBLICO DE VÁRIAS IDADES Crianças (inclusive muitos bebês), jovens, adultos e idosos compuseram o público presente ao Carnabonde. Muita gente chegou cedo, como Tânia Mara Teixeira, que acompanhada de dez crianças fantasiadas - moradoras da sua rua e com idade de 3 a 13 anos -, já estava na Praça Mauá uma hora antes do início do evento. Assim, praticamente não enfrentaram fila na tenda da maquiagem artística infantil e nem para retirar o confete e serpentina distribuídos gratuitamente pela organização. As fantasias predominaram entre o público infantil, que esteve caracterizado de várias formas. Entre as meninas, fadas, branca de neve, melindrosa. Os meninos de super-heróis como batman, homem-aranha, de índio, mágico e outras figuras populares. Em meio aos adultos, grupos organizados chamaram a atenção, entre eles o da Luluzinha, 15 mulheres com idade 47 a 77 anos, fantasiadas de palhaço; o da Purpurina, com 25 pessoas, entre mulheres caracterizadas de melindrosas, e homens com roupa de gala que incluía a cartola. Até mesmo um grupo de 11 engenheiros chineses que participam de curso na Cosipa, foi conferir o Carnabonde. Máquina fotográfica na mão, a engenheira Wang Hua, como outros colegas, queria mais registrar imagens da folia que dançar. Soubemos na empresa sobre o baile e viemos ver, contou. Independente do sexo ou idade, o evento agradou a todos. É muito divertido e dá pra brincar tranqüilo, resumiu a estudante Stephani Ferrari, 14 anos. Só alegria, disse o segurança José Clemente, que participava pelo primeiro ano do baile. A melhor coisa que tem em Santos, opinou o portuário aposentado, Luiz Inácio, que brincava mostrando a identidade para se identificar como "presidente".