Balanço do plano preventivo aponta 79 ocorrências
Uma temporada relativamente tranqüila, em razão do baixo índice pluviométrico (1.250,7 mm de chuvas em cinco meses) e 79 ocorrências, entre as quais 20 escorregamentos de solo (alguns provocados por lixo), cinco quedas de blocos rochosos e desplacamento, oito envolvendo danos em drenagem e trechos da rede da Sabesp. Os dados constam do balanço do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC)/2005-2006, encerrado no último dia 30. Conforme o Departamento de Defesa Civil do Município, no período de vigência do plano (1º de dezembro a 30 de abril), fevereiro foi o mês que registrou maior número de chamadas da população. Em março, porém, verificou-se o maior índice pluviométrico, com 386,6 mm. Um dos aspectos positivos salientados pela Secretaria de Governo (SGO), pasta à qual está vinculada a Defesa Civil, foi o fato de não terem havido vítimas nos deslizamentos, demonstrando a eficiência das ações preventivas da Prefeitura. Foi necessária a demolição de 11 barracos em condições de risco iminente, erguidos em encostas com declividade excessiva ou vertentes, e interdição de uma casa. Essas ações aconteceram no Morro Santa Maria, Caneleira e Vila Progresso. Mas foi no Morro do São Bento que ocorreram mais ocorrências de escorregamentos e danos em drenagem, sendo o de maior vulto o deslizamento entre as ruas São João e das Pedras, que afetou a rede de energia elétrica no dia 24 de março. A Prefeitura já fez estudo sobre o custo de obras de segurança naquela área. E no José Menino, onde os problemas de escorregamento aconteceram sobretudo em outubro do ano passado, estão em andamento várias obras, custeadas com recursos da taxa de sinistro. Elas incluem cinco muros de contenção de encostas e novo sistema de drenagem em vários locais da Rua F. CONSCIENTIZAÇÃO A Defesa Civil assinala que os escorregamentos de solo e queda de blocos rochosos continuam sendo o principal evento geológico, quando associados à concentração de água, e aponta o acúmulo de lixo e deficiências na drenagem como responsáveis por significativo número de ocorrências. Apesar dos investimentos feito pelo poder público, há ainda necessidade de mais programas de esclarecimento, acentua o relatório, considerando necessárias novas obras e o redimensionamento dos sistemas de drenagem. O PPDC, que envolve vários órgãos e secretarias municipais, sob coordenação da Defesa Civil, é realizado desde 1988, com atenção especial para as áreas de risco dos 17 morros da Cidade, onde vivem 2.500 famílias. O objetivo é concentrar esforços para enfrentar situações de emergência no verão, período de maior incidência de chuvas. Mais de cem pessoas, entre funcionários da Prefeitura, Guarda Municipal, Prodesan, Cet, Sabesp e Corpo de Bombeiros estão envolvidas no trabalho. Os níveis que avaliam os riscos são quatro: observação, atenção, alerta e alerta máximo. Nesta temporada, o estado de observação se manteve a maior parte do tempo. Exceto na madrugada do dia 25 de março, quando a intensidade de chuva atingiu níveis preocupantes, houve, na maioria das chamadas, mais prevenção e orientação do que resposta e recuperação, conclui o relatório da Defesa Civil.