Bairro da alemoa completa 148 anos

O bairro da Alemoa, um dos mais antigos e tradicionais de Santos, comemora, nessa segunda-feira (2), 148 anos de existência. Com uma importância econômica e estratégica, o bairro está situado as margens da Via Anchieta e da Avenida Nossa Senhora de Fátima, sendo um dos principais elos entre o Município e o Porto. O bairro, que no início do século não passava de um imenso matagal, hoje orgulha-se de ocupar um lugar de destaque na Cidade, visto que, além de ter uma população de quase 10 mil pessoas, abriga um pólo industrial que concentra empresas de vários segmentos, desde transportadoras e pátio de contêineres, como também fábricas e produtoras de lubrificantes. Padarias, bares, um pequeno comércio atuante, pontos de vendas de salgados e doces, um Centro Comunitário com atividades sócio-recreativas, creche, praças e a construção de um escola (ainda em reformas) fazem parte do cotidiano da comunidade local que, ao longo dos anos, vem tendo a ajuda da Administração Municipal. O presidente da Associação Pró-Beneficência e Melhoramentos do local, José Inácio Leite, ressalta que a entidade faz aniversário no mesmo dia do bairro, completando 23 anos. Mas a comemoração se limitará a uma reunião prevista para as 19 horas deste sábado, na sede da associação, reunindo diretores e moradores. Vamos fazer um balanço das obras e necessidades do bairro. A Prefeitura tem nos ajudados muito mas, dentre as prioridades, está a conclusão das obras da escola municipal prevista para dezembro, frisou Inácio. O estabelecimento, construído pela Prefeitura, terá 20 salas de aulas e atenderá quase duas mil crianças nas áreas de educação infantil e ensino fundamental. Outras melhorias implementadas pela Prefeitura foram os serviços de drenagens e asfaltamento de um conjunto de vias, bem como a troca do sistema de iluminação por lâmpadas de vapor de sódio, que dão mais claridade e segurança. As melhorias contemplaram as travessas Gema Rabelo, Vila Nova, Almeida e São Jorge e as ruas Francisco Lourenço e Aparecida Cabreiro. A inauguração do Centro Comunitário da Alemoa, entregue em abril deste ano, também deu vida nova ao bairro. Em 500 m² de área, o local abriga seis salas de aulas, vestiários, salas administrativas, copa, cozinha, depósito e pátio coberto. O local movimenta cerca de 300 pessoas por semana, reúne uma brinquedoteca e promove cursos de capoeira, artesanato, desenho, pintura, pintura em madeira, crochê, panificação e culinária. Outra melhoria promovida pela Prefeitura é o Programa do Leite que atende 160 crianças e no qual são distribuídas 15 litros de leite por mês para cada criança. Um curso de alfabetização de adultos também vem sendo realizado reunindo 160 pessoas num projeto da Secretaria de Educação. As aulas são realizadas na sede a associação local. MORADORES Para os habitantes do bairro, a Alemoa é uma festa. Donos de uma mercearia na região, o casal Manoel e Olinda Mathias reside há mais de 60 anos no local. Quando eu era criança aqui tinha poucas casas. O bairro começou perto da linha do trem. Hoje a Alemoa cresceu muito. Mas ainda é um lugar calmo e gostoso de morar, salientou Manoel, de 70 anos. Sua esposa Olinda, que nasceu no bairro, ressaltou que há 40 anos o local era mais familiar. Todos se conheciam. Mas de uns tempos para cá chegou muita gente nova. Já a auxiliar de limpeza, Josefa Maria da Silva, reside no local há dez anos. Aqui é gostoso de viver. As pessoas são simples mas amigas. Tem de tudo um pouco. A Prefeitura tem feito benfeitorias para a comunidade. Eu mesmo participo do programa do leite para alimentar meu filho mais novo, de dois anos, disse Josefa. No Centro de Convivência, as crianças adoram o bairro. Gostamos muito daqui, principalmente do Cecon, onde podemos brincar e nos divertir, além de ficarmos longe das ruas e de más companhias, destacou a pequena Marcela Xavier de Assis, de 11 anos, aluna do curso de pintura do Cecon. ORIGEM O nome do bairro Alemoa surgiu em meados do século 19, quando o empresário alemão Adão Kunem, casado com Maria Margarida Kunem, adquiriu o sítio da Vargem. O local passou então a chamar-se Sítio do Alemão. Em 1852, Adão foi assassinado por um de seus escravos, deixando Maria Margarida viúva. Foi quando o local começou a ser conhecido como o sítio da Alemoa ou Alamoa (forma feminina de alemão, porém gramaticalmente errada).