Aumentam infrações por uso de celular no trânsito

Entre os anos de 1999 e 2001, aumentou em 60% o número de infrações por uso de aparelhos celulares na condução de veículos. Em 1999 esse tipo de irregularidade somou 15.208 autuações, em 2000 foram 16.809 e no ano passado os registros chegaram a 24.259. Pior ainda: em 2001, no balanço anual da Companhia de Engenharia de Tráfego foi a infração campeã no ranking das mais cometidas, seguida do avanço de sinal vermelho. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os motoristas que dirigem com telefone celular ou fones de ouvido conectados a aparelhos de som (artigo 252) estarão incorrendo em infração de natureza média, que equivale a 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 85,12. Apesar de não haver estatísticas precisas sobre o número de acidentes de trânsito comprovadamente provocados pelo uso do celular ao volante, há estudos interessantes sobre o assunto. Em março último foi divulgado em Londres um relatório do Transport Research Laboratory (Laboratório de Pesquisa em Transportes) oferecendo indícios conclusivos sobre os perigos de usar celular na direção de um veículo. O estudo de três meses daquele laboratório testou o tempo de reação e desempenho ao volante de um grupo de voluntários usando um sofisticado simulador de direção. A reação de um motorista usando celular de mão foi 30% mais lenta do que a de um que ingeriu bebida alcoólica acima do limite e quase 50% mais lenta do que um motorista em condições normais. Também um conceituado jornal inglês – o New England Journal of Medicine publicou, recentemente, um trabalho indicando que 85% das pessoas que possuem aparelhos celulares costumam usá-los enquanto estão dirigindo. O levantamento constata, ainda, que a distração ocasionada pelo ato de falar ao telefone no trânsito acarreta em um risco de colisões, mesmo durante chamadas breves, quatro vezes maior, taxa equivalente ao prejuízo causado pelo consumo de bebidas alcoólicas acima do limite legal estabelecido.