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Assim como nas olimpíadas, paraatletas ganham espaço nos jogos abertos

Publicado: 15 de novembro de 2000
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Depois do sucesso nas Paraolimpíadas de Sydney, os esportes adaptados ganharam espaço também nos ´64º Jogos Abertos do Interior´, que estão sendo realizados em Santos, até sábado (dia 18). Várias modalidades estão sendo disputadas, com destaque para a natação e o atletismo, que já valem como modalidades oficiais, contando pontos para a classificação final das cidades. Há, também, basquete sobre rodas, futebol para deficientes auditivos, tênis de mesa e tênis para deficientes físicos. O espaço conquistado é comemorado e prestigiado por todos. Até atletas olímpicos participam das disputas. Na natação, por exemplo, a medalha de ouro em Sydney nos 50 metros livre, Fabiana Sujimori, disputou a prova de 100 metros livre, representando Campinas. Deficiente visual (enxerga apenas vultos com a vista esquerda), ela começou a nadar aos três anos e meio. "É muito bom que cada vez mais exista espaço para os deficientes. Tem de ter incentivo, porque muita gente desiste no meio do caminho", afirma Fabiana. A nadadora acredita que o preconceito deva diminuir. "Isto será aos poucos, mas vamos conseguindo quebrar as barreiras", afirma a atleta, que estuda Relações Públicas na PUC, em Campinas. Outro bom exemplo é o do santista Carlos Neves, de Santos, que está com 25 anos e teve poliomielite aos nove meses de vida, causando paralisia na perna esquerda. Ele foi o primeiro atleta a conquistar uma medalha para a Cidade no atletismo, na prova de 100 metros rasos em cadeiras de rodas, um resultado importante, porque valeu um ponto no ´ranking´ geral por cidades. Também faturou a prata no basquete em cadeira de rodas e ainda teve fôlego para disputar a natação, nas provas de 50 e 100 metros. "Na natação, só vou participar, mas é muito bom ver que os deficientes estão nos Jogos. Não há obstáculos para o esporte", diz Neves, que começou a praticar esporte há quatro anos. "Esporte é saúde, é muito bom", acrescenta o atleta, que trabalha como operador de micro na Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais. Ainda no atletismo, Eliziário dos Santos, o Motorzinho (São Vicente), que foi baleado durante um assalto na loja que trabalhava, ganhou o ouro nos 400 metros rasos. Ex-ultramaratonista, Motorzinho diz que não pretende desistir nunca e sempre está buscando novos desafios. "Agora estou nadando também e fazendo triatlo. Também faço provas de 10 km", explicou. O também santista Victor Wang também é exemplo. Ex-skatista, ele foi atingido por uma bala perdida durante uma briga num bar, mas não desanimou. Primeiro começou no basquete sobre rodas (também esteve na seleção santista que levou a prata) e agora pratica tênis de campo e está entre os oito melhores do Brasil. Nos Abertos, foi medalha de ouro jogando com Zilmar Pires (que também está entre os oito melhores do País) e Luciano Marques de Souza. São Vicente foi prata, com Cristiano Adeodato e Sérgio Gato, e Cubatão bronze, com Mário Ferreira Filho e Maurício Comme. No basquete sobre rodas, a equipe campeã foi São José do Rio Preto. Cubatão ficou com o bronze. No futebol para deficientes auditivos, Santos levou o ouro e Guarulhos ficou com a prata. No tênis de mesa para deficientes mentais, Santos faturou novamente, deixando em 2º lugar São Vicente, seguido de Franca e Jundiaí. RESULTADOS NA INTERNET: www.jogosabertos2000/assessoria/assessoriahtml