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Anjo da guarda dá apoio às ações do pacs na área central

Publicado: 22 de agosto de 2003
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Um exemplo de que o entrosamento entre poder público com entidades assistenciais pode beneficiar a população carente é a parceria do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com a Associação Espírita Beneficente Anjo da Guarda. Os agentes comunitários de saúde, que trabalham na área Central da Cidade, também atuam como voluntários da entidade e acabam encaminhando para a instituição pessoas carentes, predominantemente idosos que moram em cortiços e são beneficiados, diariamente, com o café da manhã. O serviço foi implementado em dezembro de 2002, beneficiando cerca de 400 pessoas, diariamente, que não têm condições de fazer essa refeição. Desde agosto último, a entidade passou também a servir almoço e jantar para pessoas acima de 60 anos. A aposentada Carmelita de Macedo, de 72 anos, é uma das beneficiadas por esse projeto social. De sua pequena aposentadoria, ela tira R$ 150,00 para pagar o aluguel de uma vaga num cortiço do Centro, onde mora com um irmão doente. Sexta-feira (22), enquanto tomava café da manhã na entidade, ela explicava que sem esse serviço social seria difícil garantir a alimentação dela e do irmão. Aqui faço todas as refeições e ainda ganho legumes e verdura para fazer a comida do meu irmão, que tem dificuldades de locomoção. Outro trabalho conjunto realizado é a festa de Natal, quando os agentes comunitários recolhem doações e conseguem distribuir cestas básicas e outros presentes para as pessoas cadastradas. A Associação Anjo da Guarda depende de doações e do trabalho voluntário para seguir com esse projeto. A voluntária Maria Leite, que é agente comunitária de saúde da Prefeitura de Santos, afirma que o projeto é muito bom, mas precisa de mais pessoas que queiram ajudar. A procura pelo nosso café é muito grande, às vezes não conseguimos atender todos. Se tivermos mais doações e voluntários será muito melhor. A Associação Espírita Beneficente Anjo da Guarda fica na Avenida Conselheiro Nébias, 126, no Paquetá. As doações podem ser feitas pelos telefones 3234-3313 ou 3222-0400. PACS NA ÁREA CENTRAL O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), criado pela SMS em 2000, conta com 210 agentes, divididos em sete equipes que visitam 22 bairros de baixa renda, atingindo cerca de 37 mil famílias de Santos. A área do Centro de Santos, que historicamente é a que apresenta os piores índices de Saúde, sobretudo pelas precárias condições habitacionais e sanitárias, é um dos bairros onde o PACS tem atuado com destaque, sobretudo levando informações e atraindo moradores para os diferentes programas de saúde. São muito procurados a Policlínica Centro Velho, o Centro de Saúde Martins Fontes, que é referência para casos de tuberculose e outras doenças transmissíveis, e o Craids, que cuida da portadores de Aids. Os agentes percorrem as casas avaliando e orientando a população sobre fatores de risco, desenvolvendo ações entre setores da Prefeitura e valorizando a família em seu espaço social. O objetivo principal é a prevenção, atraindo, por exemplo, para o pré-natal as gestantes que não estão cadastradas nas policlínicas, identificando, de forma precoce, casos de tuberculose, ou de hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas que necessitam forçosamente de acompanhamento. A questão de higiene e limpeza também é enfatizada, já que alguns hábitos da população são extremamente prejudiciais. Num dos cortiços visitados, segundo explica a representante da Coordenadora da Saúde Coletiva, uma família mantinha gaiolas com ratos em cima de um sofá. Eram criados como bichinhos de estimação, numa ambiente de extrema miséria. As crianças e os pais desconheciam todas as doenças que podem ser transmitidas por esses animais. O PACS, assim como o Programa de Saúde da Família (PSF), se insere dentro da filosofia de promoção em Saúde, que tem marcado a atuação da SMS, ajudando os munícipes a melhorar sua qualidade de vida, fato que também traz diminuição de gastos e internações na Saúde. Um dos dados positivos, em parte resultado da atuação do PACS, tem sido a diminuição da mortalidade infantil nessa área. Tanto que, no ano passado, o número de óbitos de zero a um ano (índice de mortalidade infantil) já não lidera mais o ranking da Cidade.