Alunos de educação especial promovem bazar de artesanato nesta sexta
As oficinas pré-profissionalizantes na área de artesanato estão transformando a vida de 48 jovens com déficit intelectual da escola municipal Maria Carmelita Proost Villaça, garantindo ganhos de autoestima, de cidadania e pedagógicos. E quem quiser conferir o trabalho e também colaborar terá oportunidade nesta sexta-feira (27), das 16h às 18h, quando a unidade estará aberta ao público para que os alunos apresentem as peças artesanais da coleção 2009, trabalhadas sob o tema A sorte está lançada. As peças são as mais diferentes e originais, elaboradas durante as aulas das oficinas, dividas em cinco modalidades: marcenaria, arte-papel, cerâmica, pintura e biju-arte. Com preços a partir de R$ 3,00 será possível adquirir peças criativas, preparadas com todo capricho pelos próprios alunos. Cada semestre trabalhamos um tema diferente com eles, desta vez escolhemos a sorte, por isso as peças são místicas, com patuá, pimenta e fita do Bonfim, explica a professora Gláucia Cândido. A coleção traz peças para todos os gostos e bolsos, prometendo ser a boa dica de presentes para este Natal. Há colares, sacolas ecológicas, bandejas, porta-copos, porta-guardanapos, camisetas, velas, mandalas, caixas, enfeites de porta, oratórios, porta-chaves, quadros, relógios, agendas, índices telefônicos, blocos de notas, risque-rabisque e muito mais. Tudo feito artesanalmente com madeira, tecido, pintura, fuxico, mosaico e fitas. O mais gratificante é ver a satisfação deles em ter um trabalho finalizado, pronto, feito com todo capricho do mundo, conta a professora Solange Aparecida Martins Fernandes. Os alunos realmente correspondem. Com pincel e tinta em mãos, Lívia Bezerra de Souza Reis, 17 anos, pintava cuidadosamente nesta segunda (23), um quadro de São Francisco de Assis em azulejo. Há quatro anos participa das aulas de biju e pintura. Questionada do que mais gosta de produzir, é rápida na resposta: Tudo. As bolsas, colares... tudo mesmo. CIDADANIA As oficinas acontecem diariamente, no período da tarde. Os alunos cursam o ensino fundamental no período da manhã, almoçam na escola e depois vão para as aulas pré-profissionalizantes, que contam com a participação de 48 estudantes, entre 12 e 18 anos, após suas aptidões serem avaliadas pelos terapeutas ocupacionais Paulo Afonso Gallat Murat e Mônica Danova Esteves. As oficinas são optativas. Participam apenas os alunos que demonstram interesse. Os professores aliam o trabalho pedagógico à formação para o mercado de trabalho, mostrando a importância de cuidar do material, de evitar desperdício, de ter responsabilidade para começar e terminar um trabalho, fazendo uma verdadeira ludoterapia, onde de forma lúdica, prática, os alunos se socializam, ganham independência, elevam a autoestima e crescem como cidadãos. Notamos muita diferença na postura dos alunos envolvidos neste trabalho. Eles se sentem valorizados, importantes, na medida que percebem que são capazes de fazer coisas bonitas, que as pessoas gostam e compram. Se sentem incluídos na sociedade, úteis, cidadãos de verdade. A escola se transforma numa referência de um espaço gostoso, que vai muito além da sala de aula, mas que prepara principalmente para a vida, afirma a diretora Magda Aparecida Bernardes da Silva. Além da diretora e das professoras Gláucia e Solange, também fazem parte da equipe das oficinas as professoras Renata Monteiro Dias Ferreira, Maria Alice Menezes e Maria Christina Serrano. Para quem quiser conferir o trabalho, a entrada na exposição é gratuita. A escola fica na Rua Aristóteles de Menezes, 11, na Ponta da Praia. Além disso, a Carmelita está à disposição para indicar alunos que estejam aptos para o mercado de trabalho, em diferentes setores. Empresários interessados podem entrar em contato com o setor de terapia ocupacional no endereço citado ou pelo telefone 3236-9997.