Agente comunitário de saúde: exemplo de dedicação

Em todo o país eles são mais de 200 mil. A função de agente comunitário de saúde foi criada pelo Governo Federal para o desenvolvimento de ações educativas de prevenção de doenças e promoção da saúde. Em Santos, o Programa de Agentes Comunitários (PACS) foi instalado em 2000. Hoje, 210 agentes atuam na Cidade, divididos em sete equipes. Cada uma delas, formada por 30 agentes, é supervisionada por um enfermeiro e responsável pelo acompanhamento de 150 a 200 famílias. Na visita mensal são dadas informações sobre hipertensão, diabetes e pré-natal, além de orientações sobre atualização da carteirinha de vacinação das crianças e esclarecimento de dúvidas dos moradores. O agente também tem importante papel social, incentivando a freqüência escolar das crianças, a participação em atividades da comunidade e até a busca por direitos como bolsa-alimentação, bolsa-escola e bolsa-família. DESAFIO Rosângela Costa trabalha como agente comunitária de saúde há três anos. É uma das cinco que atuam no Dique da Vila Gilda, no Caminho São José. Rosângela afirmou que no começo o mais difícil foi vencer a timidez. Eu me soltei bastante. Não pensava em trabalhar em algo que tivesse tanto contato humano. Na sua opinião, é fundamental que o agente more na região onde atua, para conhecer a realidade das famílias. Você precisa ser aceito pela comunidade e para isso tem de saber onde pisa, disse, enquanto percorria o estreito caminho de palafitas, formado por tábuas irregulares sobre o mangue. O trabalho é reconhecido pelos moradores. A dona-de-casa Norma Lúcia dos Santos, 43, mora com os cinco filhos num barraco de quatro cômodos, no Caminho São José. O menor tem 2 anos e a mais velha, Paula, 21. A Rosângela explica as coisas pra gente, olha a carteirinha de vacinação. É muito bom este atendimento. O trabalho da agente de saúde foi igualmente aprovado pela vizinha de Norma, Soledade Alves da Silva, 26. Ela e o marido, José Milton, 31, também criam cinco filhos. O mais novo, Pedro Henrique, tem apenas 1 mês. Ela (Rosangela) vem ver as crianças e já ficou amiga da gente, afirmou Soledade. Os casos mais delicados são relatados à enfermeira que coordena o grupo, Girandina Ferreira Ramos. Ela explicou que os agentes participam de reuniões mensais de capacitação. A reciclagem é constante, porque eles têm de saber para onde direcionar e encaminhar cada caso. No final do mês, os agentes entregam o relatório de produtividade, que depois é enviado ao Ministério da Saúde.