Ação do Bem: escolas municipais participam de campanha de arrecadação de lacres
'Olá! Eu sou a Clarinha! Olá! Eu sou o Miguelito! Adote esta ideia. Alimente-me'. Com este mote, garrafas pet de 2 litros decoradas 'em versão' feminina e masculina infantil são os instrumentos que permitem às 80 escolas municipais participarem da Campanha de Arrecadação de Lacres, do Fundo Social de Solidariedade. Cento e quarenta garrafas cheias de lacres de latinhas, encaminhadas para uma indústria de ferramentas, valem uma cadeira de rodas. A expectativa da Secretaria de Educação (Seduc) é atingir a meta até agosto.
Quem resolveu 'batizar' as garrafas foi uma menina de 5 anos durante uma ação da Secretaria da Cidadania no morro do Fontana. “Ela abraçou a garrafa e começou a chamar de Clarinha”, explicou a organizadora da campanha, Suzete Faustina dos Santos, que depois deu o nome do 'menino'. Ela contou que a decoração das pets também contemplou todas as etnias.
Quem precisa
“Juntamos para poder ajudar a quem precisa”, afirmou Danilo Dias Araújo, de 6 anos, do pré A da escola José da Costa Barbosa (Marapé), que recebe ajuda do tio e da mãe. “Ela traz do trabalho”.
Sob a iniciativa da professora Angélica Almeida Macedo, a classe é precursora na campanha. “Estamos envolvidos desde 2013”, disse. Este ano, já encheram dez garrafas.
Outras salas também colaboram. Vitor Silva da Costa, 4, do pré B, trouxe nesta quinta-feira (26) uma caixa lotada de lacres. A diretora Elis Roselene Melo Calçada declarou que os pais têm colaborado muito. “Aqui somos todos uma família”.
A campanha na escola Rubens Lara (Morro da Nova Cintra) começou no início do ano e já alcançou a marca de 60 garrafas, graças ao empenho dos 698 alunos de 1º ao 5º ano. A diretora Maria Adelaide Bouços contou que, no início, a motivação foi doar uma cadeira de rodas para o aluno Kauan Giacometti Rodrigues Pedroso, do 4º A.
Mas uma ação entre amigos do professor do projeto 'Bom de Bola, Bom de Nota', José Roberto de Jesus Silva, o Neno, fez a doação ao garoto. “Aí os estudantes continuaram recolhendo para enviar ao Fundo”.
Matheus Bastos, 10 anos, trouxe somente na quarta-feira (25) 54 lacres. “A gente junta bastante e traz para ajudar”.
Já na Iveta Mesquita Nogueira (Ponta da Praia), que atende 140 crianças do berçário ao pré, a coleta iniciou há cerca de um mês e meio. “Mandamos bilhete para os pais e deu resultado”, disse a diretora Elaine Fernandes, mostrando a estratégia de colocar as garrafas penduradas na porta das classes para facilitar a inserção dos lacres.
Matheus Fonseca, 5 anos, diariamente participa com os colegas da contagem das peças recolhidas. “Eles sentam em círculo e aprendem matemática e também valores, como a solidariedade”, disse a diretora.
Parceiros
Além das escolas, a Secretaria de Educação (Seduc) convidou a Capep-Saúde, a Regional da Zona Noroeste, comerciantes e pessoas da comunidade, inclusive de outras cidades, para cooperar com a campanha. “Agradecemos e parabenizamos a todas as escolas e demais pessoas que têm se engajado nas campanhas realizadas por esta secretaria. Os bons exemplos educam e ajudam a despertar o espírito solidário em nossas crianças e adolescentes”, ressaltou a secretária de Educação, Venúzia Fernandes.
A pasteleira Marileide Yonamine, 29 anos estabelecida na Rua do Comércio, há três meses aderiu à iniciativa. "Converso com os clientes e eles colocam na garrafa”. Ela já completou uma pet e meia.
Adriana Lorençato, proprietária do Ícone Café, na rua Frei Gaspar, vende cerca de 30 latas por dia. Ela soube da proposta e embarcou na ideia há uma semana. “Estamos sempre abertos a ajudar”.
Fotos: Susan Hortas / Marcelo Martins