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Novo programa da sms dará atenção integrada a diabéticos e hipertensos

Publicado: 4 de julho de 2001
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Mais um programa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), desta vez dirigido a hipertensos e diabéticos, utilizando uma estratégia de atenção integrada que deverá reduzir a mortalidade por problemas cardiovasculares, será lançado no próximo dia primeiro de agosto. Equipes multidisciplinares, já treinadas, participam do Programa de Detecção e Controle de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, com coordenação dos médicos da rede da SMS, Jane Sant¨Ana Cunha e Jorge Maxta, e contam com médicos, enfermeiras, nutricionistas, psicólogas e auxiliares de enfermagem, e ainda participação de técnicos da Secretaria de Esportes (Semes), para atividades físicas. Estão previstas ginástica terapêutica, tai-chi-chuan, alongamento e caminhadas para os pacientes. Inicialmente, o atendimento de forma integrada, será por cinco policlínicas (Aparecida, Campo Grande, Vila Mathias, José Menino e Bom Retiro) e mais o Centro de Saúde Martins Fontes. E, futuramente, o programa será estendido a outras unidades. Havendo necessidade de especialistas, os encaminhamentos serão feitos para cardiologistas, endocrinologistas, nefrologistas, oftalmologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e neurologistas, dos ambulatórios de especialidades. Para a Secretaria de Saúde, a forma como está sendo reorganizado o atendimento à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus demonstra o cuidado que a SMS dispensa à saúde pública, otimizando os recursos existentes, criando outros e garantindo uma melhor qualidade de vida aos usuários. Os profissionais trabalharão de forma integrada, havendo orientação dietética individualizada, aconselhamento médico e abordagem psicológica, para fatores como tabagismo e obesidade; reuniões com os pacientes, para esclarecimento de dúvidas, além de consultas mensais obrigatórias. Os faltosos serão buscados em casa, uma vez que o abandono de tratamento é comum nessas doenças. ¨Assistência adequada e controle metabólico rigoroso podem prevenir ou retardar ao aparecimento das complicações crônicas¨ explicam os coordenadores do programa. FATORES DE RISCO São fatores de risco maiores para diabetes e hipertensão: obesidade, tabagismo, dislipidemia (colesterol), hiperglicemias, idade acima de 60 anos, história familiar de doença cardiovascular, ser do sexo masculino e mulheres na pós menopausa. Por isso, esses fatores ganharão destaque especial no programa. No caso de diabéticos, haverá atenção especial para a situação dos pés (feridas, úlceras) desses doentes, prevenindo a amputação, que é uma das conseqüências graves da Diabetes Mellitus. PÚBLICO ALVO O Programa vai beneficiar um potencial de 38 mil pessoas com as doenças já detectadas em Santos. Os pacientes já matriculados na rede somam 8.660 hipertensos e 3.275 diabéticos, mas há parcela significativa de pessoas portadoras dessas doenças que desconhecem, ou até recentemente desconheciam o problema, e vão ser integradas ao programa. Houve 6.902 novos casos de hipertensão arterial e 3.995 novos portadores de Diabetes Mellitus detectados na Campanha de Prevenção, realizada neste ano pela SMS, em março e abril últimos. Na proporção dos que passaram pelo diagnóstico da campanha - cerca de 52 mil pessoas - 16.352 sabiam que eram hipertensos e 6.902 desconheciam essa condição. Já nos exames de diagnóstico de diabetes, 10.573 conheciam sua condição e outros 3.995 não sabiam, sem contar que 7.923 têm a doenças de forma associadas. E muito outros casos serão descobertos a partir das novas estratégias que serão colocadas em prática pela SMS, que na última campanha de prevenção de hipertensão também constatou que 3.261 com esse quadro têm menos de 40 anos. Ou seja, são doenças que atingem ambos os sexos e todas as idades, embora sejam mais comuns em pessoas com mais de 60 anos. ALTA PREVALÊNCIA O Brasil apresenta cerca de 30 milhões de hipertensos, conforme estimativas de 1995. A prevalência em crianças e adolescentes varia de 2 a 13%; em adultos jovens, 20%, e em idosos pode alcançar 65% de prevalência, levando-se em conta que esse grupo etário de 60 anos ou mais é o que apresenta maior crescimento da população. A mortalidade também é alta, não apenas pela doença em si como pelas complicações decorrentes (acidente vascular cerebral, infartos, coronariopatia). Dos 893.877 óbitos de 1995, 111.l48 foram por hipertensão, sendo 45,44% em decorrência de doenças cardiovasculares. Mas a hipertensão traz outras conseqüências à saúde, como insuficiência renal e retinopatia, que é a deficiência visual. Já a diabetes está sendo considerada como uma doença de proporções epidêmicas em todo o mundo, com números crescentes de casos novos, a cada ano. O diabetes, segundo censo de 1988, atinge 7,6% da população brasileira, na faixa etária dos 30 aos 69 anos e cerca de 20% na população acima de 70 anos. Mal controlada é responsável por inúmeras complicações, como cegueira adquirida, responde por 30% dos casos de insuficiência renal e aumenta em duas vezes a propensão para doenças coronarianas e derrames cerebrais. Seus portadores têm 40 vezes mais chance de sofrer amputações nos membros inferiores. Tudo isso pode ocorrer se os pacientes não se mantiverem dentro de níveis aceitáveis da normalidade, tanto para a hipertensão quanto para o diabetes.