Recicletas, mais uma forma correta de descarte de recicláveis no Centro. Veja galeria de fotos
Na tarde desta quarta-feira (7), dez cooperados da ONG Sem Fronteira começaram a coletar material reciclável deixado por comerciantes da região central. A iniciativa é prevista pelo projeto Recicla Centro, da Secretaria de Meio Ambiente (Semam). O lançamento foi pela manhã, em frente à Prefeitura, e contou com a apresentação das dez recicletas (triciclos com caçamba) usadas para transportar o material.
O projeto funciona da seguinte forma: o comerciante entra no site da ONG Sem Fronteira, se cadastra e informa quais dias da semana e horário gostaria que o cooperado recolhesse produtos recicláveis. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e se houver demanda, três recicletas que possuem giroflex também podem circular à noite.
A solenidade aconteceu nesta quarta-feira (7), na escadaria do Palácio José Bonifácio, com a presença do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santos, Camilo Rey, membros da diretoria, comerciantes e vereadores.
OPÇÕES
A partir de agora, as recicletas se tornam mais uma opção de descarte correto de recicláveis na Região Central, além da coleta seletiva semanal, cabendo aos lojistas aderirem a essa alternativa.
A iniciativa faz parte dos esforços da Prefeitura para organizar o setor de resíduos que, no ano passado, contou com a entrada em vigor da Lei Recicla Santos (952/2016).
A legislação gerou um aumento de 92% na coleta seletiva, se comparado o último semestre de 2016 com igual período de 2017, e um acréscimo de quase 150% no número de trabalhadores nas duas cooperativas de catadores que atuam na Cidade.
Além das recicletas, a Semam também financiou, por meio do Fundo Municipal de Meio Ambiente, o projeto Condomínio Sustentável, que tem como objetivo levar ações de conscientização ambiental para 700 condomínios.
Reciclando sonhos
Paulo Adelino de Lima, 44 anos, já foi cozinheiro, embarcado, comerciante, mas o destino tomou um rumo inesperado e por dois anos ele viveu em situação de rua.
Só que, em janeiro, Adelino deu um passo importante para organizar sua vida. Saiu das ruas, está abrigado no Albergue Noturno e também em janeiro passou a ser cooperado da ONG Sem Fronteira. “É importante voltar a trabalhar, ganhar meu dinheirinho. Mais para frente eu posso alugar um quarto para morar e procurar minha família”.
O ex-motoboy Rodrigo Silva, 39, morador da Aparecida, viu na oportunidade de recolher material reciclável a chance de pôr fim aos três anos de desemprego. “Tenho dois filhos e logo vai nascer mais um. Essa chance é muito importante”.
Além de voltar a ter renda, Rodrigo disse que o fato de sua receita aumentar quanto mais recolher, é ainda mais atraente. “Isso é um estímulo para nós”.
CDL espera adesões
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santos, Camilo Rey, disse esperar a adesão da categoria e reconheceu que alguns comerciantes descartam material de forma errada. A entidade tem cerca de 100 associados atuantes.
“É importante a participação do lojista para contribuirmos para um Centro mais limpo”, disse Rey.
O secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório, destacou que “o projeto Recicla Centro é mais uma opção para dar o tratamento correto para o lixo reciclável”.
O presidente da ONG, Marcelo Adriano da Silva, disse que a entidade compra dos coletores o material recolhido e isso se soma à renda dos cooperados, que ainda ganham uma bolsa auxílio de R$ 250,00.
Materiais recolhidos
- Papelão
- Metal
- Plástico
- Vidro
- Isopor
- Latinha
Projeto em números
- 150 quilos é a capacidade média de transporte em cada viagem de recicleta
- 250 reais é o valor da bolsa-catador paga a cada cooperado
- 2 mil reais é o custo aproximado de cada recicleta
Bairros atendidos pelo projeto
- Centro
- Paquetá
- Valongo
- Chinês
- Parte da Vila Mathias (da Rua Joaquim Távora em direção ao Centro).
Fotos: Isabela Carrari