"Um Piano pela Estrada" leva música clássica à Zona Noroeste

Com o apoio da prefeitura, o projeto Um Piano pela Estrada, de Arthur Moreira Filho, levou música clássica aos moradores da Zona Noroeste. O concerto, de número 435, foi realizado nesta quinta-feira (22) à noite na Praça da Paz Universal (Castelo), logo após uma forte chuva que ameaçou o adiamento do espetáculo. Mesmo assim, mais de 500 pessoas prestigiaram o renomado pianista que desde 2003 percorre 24 estados brasileiros levando música aos mais diversos públicos. Santos foi a oitava cidade a ser visitada em março pela turnê denominada "Brasil Sertões 2".

Sobre um caminhão baú, que com a carroceria aberta se transforma em palco de 45 m2, Arthur Moreira Filho proporcionou ao público uma noite inesquecível com suas interpretações de Bach, Chopin, Beethoven, Vila Lobos, Ernesto Nazareth, Pixinguinha e Luiz Gonzaga.

Vera Lúcia Bernardes, com a neta Sofia de 3 anos, acompanhou a audição. Ao fim da Sonata ao Luar, de Beethoven, disse que a iniciativa deveria ser repetida. "São raras as oportunidades". A opinião dela foi compartilhada por Francisco Assis de Souza, também na plateia.

Caminhão teatro
O piano de cauda Steinway & Sons, transportado pelo caminhão teatro, leva apenas uma hora para ser afinado. Durante esse procedimento, os 12 integrantes da equipe, abrem o palco, instalam a iluminação, sistema de som, telão e mesa de operações. Essa praticidade, dispensa a construção de um palco, locação de piano, além de liberar o local do concerto em uma hora (tempo da desmontagem) e permite o deslocamento rápido para a próxima apresentação que pode ser na mesma data.

A quinta etapa do projeto Um Piano pela Estrada tem patrocínio da Ultragaz e Ultragaz Faz Sustentável, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal. Em Santos, o evento contou com o apoio das secretarias de Cultura e de Serviços Públicos.

Músico
Nascido no Rio de Janeiro, Arthur Moreira Lima começou a estudar piano aos seis anos, e já aos nove tocava um concerto de Mozart com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Seus mestres foram Lúcia Branco (Rio de Janeiro), Marguerite Long (Paris) e Rudolf Kehrer (Conservatório Tchaikovsky de Moscou).

Entre as orquestras e os regentes famosos com quem já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Viena, Praga, BBC de Londres, National da França, sob a direção de Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge Baudo, Jesus Lopez-Cobos, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Rudolf Barshai. Sua discografia é composta por 115 lançamentos entre discos e CDs.