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Zona Noroeste chega aos 34 anos em transformação com o "Santos Novos Tempos"

Publicado: 27 de agosto de 2010
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A Zona Noroeste, que reúne 15 bairros e cerca de 120 mil moradores, completa em agosto 34 anos. Apesar da ocupação desta área da cidade ter iniciado muito antes, a data oficial só foi instituída em 1976, pela lei municipal 4.047.

A região vem recebendo nos últimos anos importantes investimentos públicos, tanto em termos de urbanização e habitação popular, quanto na oferta de serviços de saúde, educação, assistência social e esportes, os quais acabaram impulsionando seu desenvolvimento e atraindo moradores e novas empresas.

Desde 2005, a prefeitura trabalha na implementação do programa "Santos Novos Tempos", que envolve benefícios diretos aos bairros da Zona Noroeste: término das enchentes, por meio de grande sistema de macrodrenagem; construção e consolidação de moradias, viabilizando o fim das palafitas; obras de infraestrutura e recuperação ambiental e cursos qualificação profissional para os moradores.

As recentes melhorias na Zona Noroeste são atribuídas pelo prefeito João Paulo Tavares Papa à parceria com a população. "Os principais desafios da região nas áreas social, de infraestrutura e de habitação estão sendo vencidos graças à participação da comunidade, que indican os caminhos para a solução das questões, disse o prefeito.

Papa acrescentou: "Esta filosofia de trabalho adotada pela prefeitura no programa "Santos Novos Tempos" recebeu o reconhecimento do Banco Mundial, que pretende utilizar a estratégia santista como modelo em outras comunidades da América Latina. Por tudo isso, temos muito a comemorar no aniversário da Zona Noroeste. São conquistas que vão garantir para as futuras gerações qualidade de vida e desenvolvimento".

Macrodrenagem
Os investimentos previstos para o "Santos Novos Tempos", da ordem de R$ 549 milhões, incluem melhorias nos morros e Centro Histórico. Através de financiamento do Banco Mundial, a prefeitura já assegurou U$ 88 milhões de dólares (R$ 150 milhões), com 50% de contrapartida municipal. Também receberá R$ 120 milhões do governo federal e R$54 milhões do Estado.

A primeira etapa da macrodrenagem na Zona Noroeste teve início em junho último, com a instalação das galerias de drenagem na Rua Flor Horácio Cyrillo, no Castelo. "Espero que com essa obra não transborde mais o canal. Tirando esse problema vai ficar muito mais gostoso morar aqui, onde todos são amigos e um ajuda ao outro", conta a dona de casa Benedita Medeiros, 55 anos, do Caminho da Divisa.

Ao todo, serão implantadas, no prazo de cinco anos, 15 comportas, 14 estações elevatórias, quatro galerias, dois canais, duas torres de cargas (reservatório vertical), um reservatório de retenção de água (piscinão) e executado o desassoreamento dos rios São Jorge e Lenheiros.

O programa também contará com melhorias no sistema viário, como a criação de uma ciclovia na futura avenida beira-rio, ao lado do Dique da Vila Gilda, e a interligação dos bairros Rádio Clube e Bom Retiro com o São Manoel, por meio de uma ponte, além da construção de viaduto ligando a Via Anchieta ao Bom Retiro.

Habitação
Todo este esforço está integrado a um amplo programa habitacional, que prevê a construção de 5.400 novas moradias e melhora das condições de outras 2.200 casas em áreas consolidadas. Deste total, foram edificadas 1.383 unidades, das quais 1.240 são destinadas a moradores da Zona Noroeste: conjuntos habitacionais na Areia Branca - Estradão (500 unidades), Morro da Nova Cintra - Cruzeiro do Sul (160 unidades, destinadas às famílias da Alemoa vítimas de incêndio), Vila Gilda (80), Vila Pelé 2 (480) e Vila Alemoa (20).

Uma das contempladas foi Maria de Jesus Santos, 50, que morava numa palafita na Vila Telma, núcleo recentemente atingido por incêndio. Há um ano, ela mudou para uma das 80 unidades já entregues no conjunto Vila Pelé 2 (Rádio Clube). "Onde eu morava tinha muito rato e o cheiro era terrível. Aqui é melhor, a casa é quentinha e não tenho problema com frio ou chuva".

A construção do conjunto Caneleira 4, que terá 680 unidades, está prestes ser iniciada. Até o final de novembro, deverão ser entregues as demais 400 moradias da Vila Pelé 2, em final de obra. Conforme a Cohab Santista, as intervenções urbanas necessárias para dar habitação digna às pessoas que moram em palafitas já foram planejadas e dispõem de recursos financeiros.

O investimento da prefeitura em habitação popular é destacado pelo presidente do Conselho Popular de Moradia da Baixada Santista, José Carlos da Silva, 64 anos, morador da Zona Noroeste há 59, que acompanhou a evolução da área. "Agora espero que as pessoas que saíram das palafitas não vendam seus apartamentos. Depois da saúde, a coisa mais importante é a casa própria, porque é uma segurança".

Qualificação
O programa "Santos Novos Tempos" inclui a proposta de qualificação profissional, que promove a capacitação dos próprios moradores das áreas beneficiadas e o incentivo ao empreendedorismo. Entre as medidas já adotadas, destacam-se os cursos oferecidos pela prefeitura, em parceria com o Senai, que já formaram 70 pessoas somente em 2010, e contam atualmente com 55 alunos.

As aulas de eletricista residencial, por exemplo, são aproveitadas principalmente por quem busca recolocação no mercado de trabalho, a exemplo de Nilo do Nascimento, 55, do Castelo. "É uma ótima oportunidade, porque o curso é gratuito e o ensinamento muito bom", diz Nilo, que já aprendeu a ligar circuitos de fiação létrica e tomadas.

Outra que aproveita bem as chances de capacitação é Solange Almeida, do Rádio Clube. Ela frequenta as aulas de elétrica, mas já se formou como pedreira assentador. "Quero sempre aprender mais e, quem sabe, isso pode me ajudar a ter uma renda extra".

Inclusão digital
Outra iniciativa em andamento é o projeto de inclusão digital dos moradores da região. Para isso, foram implementados três pólos do Cemid (Centro Municipal de Inclusão Digital) na escola Esmeraldo Tarquínio, Igreja Santa Margarida Maria e Centro da Juventude da Zona Noroeste. Neste último, cerca de 100 pessoas participam do curso de informática básica. Eles têm aulas duas vezes por semana (2 horas por dia) e aprendem a operar em programas de textos, planilhas e apresentações eletrônicas, além de navegarem pela internet.

Apesar de serem realizadas num equipamento voltado aos jovens, muitos alunos são adultos e idosos, como a aposentada Maria Aparecida Monteiro Marques, 68 anos. Moradora do Ilhéu Baixo, ela pretende comprar um computador para se comunicar com parentes do Rio, Sergipe e Minas. "O curso é uma maravilha e o professor muito educado e paciente, porque lidar com idoso não é fácil", brinca Maria Aparecida, em meio ao exercício de digitação.

Assim como ela, outros milhares de moradores da área deverão ter acesso à internet. Isto porque, a prefeitura pretende estender até a região a rede de fibra óptica do município, beneficiando uma área de abrangência de 7 km². Isso significa o atendimento de 60 mil habitantes, distribuídos em oito bairros.

Conforme a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos, o projeto visa suprir de banda larga essa área, além de oferecer o sistema wi-fi (acesso à internet sem fio), para contemplar equipamentos públicos, praças e moradias atendidas por programas habitacionais e assistenciais.