Centros de referência incluem famílias em programas sociais
Há quase dois anos, Cristina Jesus Souza estava desempregada e com problemas familiares quando procurou o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da Região Central Histórica, que hoje também atende as zonas da orla, intermediária e área continental, em busca de uma cesta básica. Acabou ingressa no PNF (Programa Nossa Família), iniciativa do governo municipal que promove transferência de renda e o acompanhamento de famílias em vulnerabilidade social. Era o início de uma grande transformação. Por meio do PNF ela passou a receber R$180,00 por mês e a ser encaminhada para cursos de costura, atividade que já tinha habilidade, em entidades parceiras. Com o dinheiro do programa e com o obtido da venda das peças produzidas, ela investiu em mais capacitação e na compra de equipamentos. Agora, tem sua própria confecção e produz roupas de praia e moda feminina. "Morava num quartinho. Hoje moro numa casa com três quartos e tenho quatro máquinas de costura". Cristina também virou professora e dá aula particular de costura na sua própria casa, obtendo mais renda, e pretende ampliar o negócio com a contratação de uma funcionária. Outro exemplo de crescimento pessoal impulsionado pelo centro de referência é o de Gilvaneide Rodrigues, indicada por meio do equipamento para diversos cursos em ONGs (Organizações Não Governamentais) conveniadas, como de cabeleireiro e de pintura em tecido. Mas foi na aula de corte e costura do Centro Comunitário do Mercado, da prefeitura, onde ela encontrou sua aptidão e uma oportunidade para a geração de renda. "Antes eu vivia deprimida e chorava o tempo todo. Hoje já tenho até uma máquina de costura e faço consertos de roupas", conta. Já a história de superação da carrinheira Gilda Silva Gabas, iniciada há sete anos na mesma unidade, está relatada no livro Causos do ECA (2009), da Fundação Telefonica: "Um certo dia bateu em minha porta uma moça que se apresentou dizendo ser assistente social (...) Dessa forma, fui conhecer o CRAS, onde fizeram meu cadastro do Programa Bolsa Família e, a partir daí, uma série de oportunidades surgiu na minha vida". O texto resume bem a importância dos CRAS, equipamentos da prefeitura que seguem as diretrizes do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), para a inserção de famílias em programas sociais. Mãe de quatro filhos e com o marido desempregado, Gilda hoje está inserida nos programas Bolsa Família (governo federal) e Renda Cidadã (governo Estadual), os quais garantem cerca de R$200,00 mensais à sua família. "Esse dinheiro ajuda a pagar as despesas da minha casa, inclusive os gastos com moradia". Ela também aprendeu a produzir artesanato com os materiais que encontra pelas ruas, como garrafas pet, e comercializa suas peças aos domingos na feira de produtos usados e materiais reciclados, conseguindo assim uma renda extra. PROGRAMAS Os Cras, equipamentos gerenciados pela Seas (Secretaria de Assistência Social), cadastram famílias cujos perfis de renda se enquadrem em programas sociais e promovem o acompanhamento das famílias e indivíduos em seu contexto comunitário. Só no Bolsa Família (parceria com o governo federal) são beneficiadas e monitoradas 6.629 famílias. Já pelo PNF (Programa Nossa Família) são atendidas 583 famílias, enquanto o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) beneficia 47 famílias (80 crianças). Mais informações pelo telefone 3219-6769.