Impacto da violência na saúde é tema de simpósio
Cerca de 200 pessoas participaram na (4) do 1º Simpósio Santos e a Cultura da Não-Violência, promovido pela Seviep (Seção de Vigilância Epidemiológica) da SMS (Secretaria de Saúde). O foco principal foi a importância do preenchimento da Ficha de Notificação de Violências. Os participantes assistiram a palestras de médicos do Ministério da Saúde (sanitarista Valter Costa), Hospital Pérola Byington (ginecologista Jefferson Drezzet e psicóloga Daniela Pedroso) e de consultor da área da infância e juventude (Luigi Bertoncini). Foram abordados os diferentes tipos de violência física, sexual, psicológica, privação e negligência -, a atenção às vítimas, o impacto emocional da violência sexual em crianças e adolescentes e a atuação de organismos da sociedade civil e do poder público. Segundo a psicóloga Maria da Conceição Santos Moraes, chefe administrativa da Seviep e uma das organizadoras do encontro, a ficha é um instrumento que pode interromper o ciclo de violência. "Precisamos treinar o olhar dos profissionais para reconhecer os sinais de violência e notificar, além de integrar ações na rede municipal para melhorar a qualidade no atendimento". A notificação de violência contra mulheres, idosos e crianças é obrigatória e regulamentada por lei. As fichas são preenchidas por profissionais de saúde dos hospitais, prontos-socorros, unidades básicas e ainda em equipamentos de assistência social. "Conhecemos apenas a ponta do iceberg. Notificar é preciso para sabermos o perfil da vítima e para termos a dimensão da demanda", destacou o médico sanitarista Valter Costa, da coordenadoria de Vigilância de Doenças e Agravos Não-transmissíveis, do Ministério da Saúde. Muitos casos não são informados. É preciso conscientizar os profissionais de que a ficha não é uma denúncia, não gera ação judicial, completou a enfermeira da Seviep, Vera Lúcia Rivas Caldas.