Criador da terapia comunitária faz supervisão do programa em santos
Todo trabalho com sofrimento humano gera ansiedade. Então é preciso cuidar do cuidador para que ele não adoeça. É preciso fazer uma pausa para relaxar, repor as energias e trabalhar o estresse, disse o psiquiatra e antropólogo cearense Adalberto Barreto, idealizador da terapia comunitária, que esteve em Santos, para supervisão do programa implementado no município há cerca de um ano. O encontro reúne 75 profissionais capacitados (enfermeiros, médicos, psicólogos, operadores e assistentes sociais) dos serviços de proteção social básica e especial das secretarias de Assistência Social e de Saúde e de dez organizações não-governamentais. Atualmente existem em Santos 22 grupos de terapia comunitária, sendo 12 em equipamentos da Secretaria de Assistência Social e dez da Secretaria de Saúde. O método, criado há 20 anos na favela de Pirambu, em Fortaleza, e implementado em 12 estados brasileiros, é baseado na construção de redes solidárias. Não se pode medicalizar o sofrimento. Sofrimento se trata com acolhimento. É da partilha de experiência entre as pessoas que se alivia o sofrimento das dores e surgem as pistas para superação dos problemas, destaca Barreto. O psiquiatra diz que na terapia comunitária a palavra é o remédio, o bálsamo para quem fala e para quem ouve. Quando a boca cala, os órgãos falam. Quando a boca fala, os órgãos saram, garante. A comunidade é esse espaço de acolhimento e de cuidado, que tem problemas e também soluções. Na terapia comunitária é preciso ficar atento às regras: fazer silêncio, não dar conselhos, não julgar, falar de si na primeira pessoa, propor músicas, poesias e histórias apropriadas. EFICÁCIA Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará e Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), com 12 mil questionários, mostrou que a terapia comunitária reduziu a demanda de serviços especializados. Apenas 11,5 % das pessoas que passaram pelas rodas de TC, necessitaram de encaminhamento para os serviços de saúde. Os outros 88,5% encontraram resolução nas próprias rodas de terapia. LOCAIS DE TERAPIA COMUNITÁRIA 2ª-feira - 14h30 UBS do Campo Grande (Rua Carvalho de Mendonça, 607) 3ª-feira Senat (Rua Paraíba, 110 Pompéia) - 13h UBS da Aparecida (Rua Alexandre Martins, 103) - 15h UBS da Alemoa (Rua Santa Maria, 186) - 15h 4ª-feira 15h UBS do José Menino - Rua Gaspar Ricardo s/nº 5ª-feira - 14h30 UBS do Embaré - Praça Coronel Fernando Prestes s/nº Naps 1 - Rua Professor Luiz Gomes Cruz s/nº - Castelo 6ª-feira 8h30 USF da Areia Branca - Rua Francisco Lourenço Gomes, 118 Quinzenalmente as reuniões são realizadas no Abrigo Provisório (Rua General Câmara, 294), às terças-feiras, às 8h30, e às 14h30. Também às quintas-feiras, na USF de Monte Cabrão (Av. Principal s/nº), às 14h.