Idosos devem ter cautela no uso de medicamentos
Uma necessidade diária bastante comum para a turma da terceira idade é a ingestão de vários medicamentos. De acordo com a SMS (Secretaria de Saúde), a média é de quatro remédios por dia, geralmente para tratar diabetes, insuficiência cardíaca, artrose, artrite, hipertensão, entre outras. Recomendados pelos médicos após uma minuciosa análise do quadro clínico do paciente, os medicamentos podem tornar-se um vilão se tomados de forma inadequada ou exagerada. Cerca de 90% dos idosos alteram a dosagem ou param de tomar os remédios e por motivos bem variados, como por exemplo a quantidade que torna-se incômoda e a dificuldade para engolir os comprimidos. 'Eles têm dificuldade de fabricar saliva e a frouxidão da musculatura da garganta e faringe atrapalha a ingestão de comprimidos maiores', explicou o médico Jorge Maxta, coordenador da Saúde do Adulto e do Idoso da SMS, que sugere a divisão dos comprimidos maiores em algumas partes para facilitar a ingestão. As dificuldades visuais que se destacam nessa faixa etária também atrapalham na seleção dos remédios que devem ser ingeridos. O ideal é que o idoso conte com a ajuda dos familiares mais jovens que podem atuar como supervisores; afinal tomando os remédios inadequadamente, a pressão volta a subir, o diabetes fica descontrolado, as dores continuam e por aí segue uma série de complicações para a saúde do paciente. 'Se as dosagens e os remédios forem tomados corretamente conforme indicação do médico, a chance de bons resultados para estabilização das doenças é muito maior', afirma Maxta. ALTERNATIVOS Aparentemente inofensivos e com fama de trazer bons resultados, os fitoterápicos fazem parte da lista dos medicamentos usados indiscriminadamente, de acordo com o médico. O chá de boldo, chá verde, chá de sene, cápsulas de óleo de alho e cartilagem de tubarão estão no topo dos mais consumidos por conta própria e, normalmente, são fruto de indicações de amigos e das propagandas de televisão e revistas. Os cuidados ao ingerir os fitoterápicos devem ser os mesmos em relação aos alopáticos (medicamentos tradicionais da medicina). Cabe ao paciente a conscientização em buscar todas as informações a respeito dos medicamentos alternativos com o seu médico e avisá-lo se utilizou algo de passar por cirurgias. Se tomados sem orientação médica, os fitoterápicos podem ser tóxicos para o organismo, prejudicando o funcionamento do rim, do fígado e até colaborar no surgimento da formação de células cancerígenas. 'Além disso, podem ser ineficazes e até interferir na ação do medicamento de uso contínuo', conclui o médico.