Santos se despede de mestre shinzato
O caratê brasileiro perdeu um grande mestre; a cidade de Santos um grande incentivador do esporte e cidadão. Este é o sentimento geral após a morte do mestre Yoshihide Shinzato, aos 80 anos, no último domingo (13), por falência múltipla dos órgãos. O corpo foi velado na Memorial Necrópole Ecumênica e enterrado nesta segunda-feira (14) no Cemitério da Filosofia, no Saboó. O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, decretou luto oficial de três dias, de domingo (13) até terça (15). Shinzato deixa a esposa Tomi, oito filhos (cinco mulheres e três homens) e 15 netos. Ele alcançou o grau máximo do esporte, o 10º Dan, e era considerado como o principal divulgador do caratê no Brasil e América Latina. Nascido em Okinawa, no Japão, veio para o Brasil na década de 50 e em 1962 fundou em Santos sua primeira academia. O mestre transmitiu seus ensinamentos a cerca de 10 mil pessoas. O primogênito de Shinzato, Masahiro Shinzato, 57 anos, destacou a relação do mestre com a cidade. Ele levou o nome de Santos a vários cantos do estado, do país e até para o exterior. O presidente da Federação Paulista de Caratê, Pedro Hidekasu Oshiro, disse que o considera o pai do caratê. Este envolvimento do mestre com seus alunos também foi lembrado pelo prefeito João Paulo Tavares Papa, que inclusive foi aluno de Shinzato. O seu envolvimento com os alunos era forte. Ele sempre acompanhava a vida de todos, dentro e fora do esporte. O presidente da Fundação Pró-Esporte de Santos, José Oswaldo da Fonseca Marcelino, o Negrelli, considerou a despedida do mestre uma perda irreparável. Entre as diversas homenagens recebidas por Shinzato em Santos, estão o título de Cidadão Santista, concedido pela Câmara Municipal em 1983, e a medalha e o diploma de mérito José Bonifácio de Andrada e Silva, outorgada pela Prefeitura em março de 2007. Em julho do ano passado, o mestre também participou do revezamento da tocha pan-americana nas ruas da cidade.