Aids: número de casos tem queda de quase 50%
O número de casos de Aids em Santos sofreu queda de quase 50% nos últimos cinco anos, demonstrando o sucesso das estratégias de prevenção à doença postas em prática pela Administração Municipal. Em 2001, o coeficiente era de 45,26 para cada 100 mil habitantes; em 2005, caiu para 22,48. Essa tendência de queda se mantém. Neste ano, o coeficiente parcial, até outubro, é de 14,81. O secretário de Saúde, Odílio Rodrigues Filho, atribui a queda ao trabalho preventivo e edu-cativo desenvolvido pela Prefeitura, no estímulo ao uso do preservativo; na conscien-tização do usuário de drogas injetáveis, para evitar o compartilhamento das seringas; e ainda nas atividades promovidas nas escolas. Segundo a Vigilância Epidemiológica, foram notificados em Santos, desde 1986, quando a epidemia teve início, 5.085 casos de Aids, sendo 4.934 adultos e 151 crianças. No ano passado, foram registra-dos 85 casos e, este ano, 62 (até outubro). Estão em tratamento, atualmente, no Cen-tro de Referência em Aids (Craids) cerca de 2.600 pacientes. Destes, 1.500 utilizam medicamentos antiretrovirais, fornecidos pelo Programa Municipal de DST/Aids. No NIC - unidade especializada no atendimento de gestantes e crianças soropositivas - são acompanhadas 112 crianças HIV+. IDOSOS O levantamento da Vigilância Epidemiológica mostra queda da doença em certas parcelas da população, como bebês e homossexuais, mas aumento entre mulheres heterossexuais e idosos. A única faixa etária que tem subido é a de 50 a 64 anos. Apesar de representar 9% do total de casos notificados desde 1984, observamos que em 2004 e 2005 esta fatia ocupou 17% e 23% dos registros, respectivamente, analisa o biomédico Ney Almeida Grillo, da Vigilância Epidemiológica. Já os casos de transmissão vertical, quando o HIV passa da mãe para o filho, apresentaram significativa queda: de dez casos em 1996, para nenhum no ano passado, o que reflete a boa qualidade do pré-natal e do acompanhamento à gestante realizado na rede municipal. Quanto ao coeficiente de incidência de Santos estar acima da média nacional (18,0) e estadual (21,3), Almeida Grillo diz que o Município tem um setor de vigilância epidemiológica bem estruturado e eficaz. Isso faz com que se notifique mais casos, deixando os dados mais próximos da realidade. O teste de HIV, anônimo, é gratuito (Disque-Aids: 3251-6036). PIONERISMO Em mais uma iniciativa pioneira, Santos realiza desde outubro do ano passado, com recursos próprios, cirurgias de preenchimento facial em portadores do vírus da Aids. Desde então, já foram feitos 80 procedimentos. A lipoatrofia é um efeito colateral do uso prolongado dos anti-retrovirais. A cirurgia eleva a auto-estima do paciente e também a adesão aos medicamentos, explica o coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites, José Ricardo Moraes Wilmers. A eficiência no atendimento a portadores do vírus será ainda maior com o funcionamento do Centro de Referência e Tratamento. Em fase de acabamento, a unidade reunirá, num único local, todos os serviços voltados ao paciente com Aids e também à prevenção da doença. A unidade abrigará o Centro de Referência em Aids, o Centro de Testagem e Aconselha-mento, a Seção de Prevenção em DST/Aids e Hepatites e o Núcleo Integrado à Criança, além do Hospital Dia. Apenas a Casa de Apoio e Solidariedade ao Paciente com Aids (Secasa) permanecerá no atual endereço (Rua Vahia de Abreu, 57). A reforma do prédio onde funcionará a unidade de Referência e Tratamento (R. Silva Jardim, 94, que antes abrigava o Craids) propiciou a construção de um anexo de 176 m². Centralizando todos os serviços que hoje estão espalhados pela Cidade você otimiza os recursos humanos, agiliza o fluxo e torna o atendimento mais humanizado, justifica Wilmers. COQUETÉIS Santos foi pioneira no Brasil na importação e fornecimento gratuito a pacientes portadores de Aids dos coquetéis de combate ao vírus, antecipando-se ao Ministério da Saúde. MOBILIZAÇÃO O Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mun-dial de Saúde (OMS) como uma data simbólica de conscientização sobre a pandemia de Aids. As atividades desenvolvidas nesse dia visam divulgar mensagens de esperança, solidariedade, prevenção e incentivar novos compromissos com essa luta. Em Santos estão sendo desenvolvidas atividades desde o início da semana. Nesta sexta-feira (1º), a campanha será realizada na Rodoviária e na Cadeia Velha, das 6 às 10 horas, e na Praça Mauá e Rua XV de Novembro, das 13 às 23 horas, sensibilizando também os freqüenta-dores do projeto Música na XV. A ação se estenderá até amanhã, quando haverá pedágio na Praça das Bandeiras e distribuição de folhetos em bares, restaurantes e quiosques, das 13 às 21 horas.