Arquivo permanente reabre com nova e eficiente estrutura
Santos ganha nesta terça-feira (31) mais um equipamento público à altura de sua história. Às 11 horas, reabre as portas o Arquivo Permanente (AP), agora instalado na Rua Amador Bueno, 61, em solenidade com a presença de autoridades e convidados. Além da ampliação da capacidade de guarda de documentos, as novas instalações do AP, que hoje abrigam cerca de 110 mil documentos, da época do Império até 1957, garantem condições efetivas para o trabalho de conservação preventiva do material, além de oferecer sala para consultas breves e ambiente para pesquisadores e historiadores, que chegam a passar meses verificando o acervo. A Sala de Cartografia antes inexistente é dotada de mesa de tamanho especial, com iluminação indireta, sobre a qual podem ser abertas, em condições de segurança, as maiores peças: duas plantas de 2,20 por 2,60 m, confeccionadas por Saturnino de Brito, o patrono da engenharia sanitária do país, responsável pela construção dos canais de Santos. AMBIENTE ESPECIAL Logo na entrada, há quatro azulejos da Casa da Frontaria, que se destacam entre fotografias antigas desse prédio histórico, primeira sede do AP. Para completar, uma reprodução, com 13 metros de comprimento, da primeira fotografia de Santos, feita em 1863 por Militão Augusto de Azevedo. No térreo estão os 60 mil processos administrativos produzidos pela Prefeitura entre 1908 e 1957, os mais solicitados para consulta. Eles se encontram em local protegido, dotado de ventiladores (o ar-condicionado é prejudicial à conservação do acervo), desumidificadores e de termo-higrômetros, a fim de garantir uma temperatura ambiente entre 19 e 21 graus e a umidade relativa do ar entre 50 e 60%. Muitos documentos encontram-se com o papel quebradiço e rasgado e com fungos. O simples manuseio pode destruí-lo para sempre, sem contar que a pessoa está sujeita a um processo alérgico, comentou a historiadora Rita Márcia Martins Cerqueira. O trabalho de conservação ficará a cargo de duas profissionais, sob a responsabilidade da restauradora Rosa Maria de Aquino. A partir de quarta-feira (1º), quando o AP será aberto ao público, os interessados deverão agendar, pessoalmente ou pelo telefone 3219-4321, a consulta à documentação de seu interesse. MAIS ANTIGOS Os cinqüenta mil documentos mais antigos da Cidade estão no 1º andar: são peças da Câmara, da Prefeitura e documentação forense. Só os funcionários terão acesso a esse acervo. É nesse espaço que se encontra o mais antigo documento de Santos: um contrato para a pesca de baleia, datado de 1765. Todo o projeto arquitetônico, de ocupação interna e a decoração da nova sede do Arquivo Permanente foram definidos pelo funcionário Nelson Santos Dias, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), em conjunto com a equipe que trabalha no local. CASA DA FRONTARIA Com a transferência do Arquivo Permanente para novas instalações, a Casa da Frontaria Azulejada (Rua do Comércio, 96), que durante dez anos abrigou o acervo, vem passando por serviços de recuperação, sob responsabilidade da Fams. Além de limpeza da área, o telhado do prédio passou por recuperação, que envolveu troca do ripamento, telhas e calhas. Na próxima etapa, serão substituídas as tubulações de águas pluviais. Além da Casa da Frontaria, a Fams tem sob sua guarda outro prédio histórico: a casa construída por volta de 1880 pelo médico João Éboli sobre o bloco de rocha restante do Outeiro de Santa Catarina, marco da fundação da Vila de Santos, que abriga a sede da fundação.