Cate a caca do seu totó é desenvolvido há 5 anos na cidade
Não há nada mais desagradável que dividir calçadas e ruas com dejetos de cães e gatos, principalmente para quem não tem animal doméstico e não está acostumado com a sujeira. Exemplo de quem se preocupa com isso e com o meio ambiente, a dona de casa e responsável pela cadela Teca, da raça Teckel, Cláudia Faria, sempre leva uma sacolinha plástica para a limpeza. É muito simples: pego a sacola, coloco minha mão dentro, recolho a sujeira e viro o plástico do avesso. Depois levo para casa, ou jogo em lixeiras espalhadas pela Cidade, explicou ela, que reconhece a importância de não deixar detritos no chão. A auxiliar administrativa Juliana de Souza Antunes, dona de dois cachorros, é da mesma opinião. Incentivada pelo namorado a sempre recolher os dejetos, quando sai para passear com Florença e Dunga não deixa de carregar as sacolinhas e os jornais. Essa atitude é importante, principalmente agora que tem as lixeiras nos postes. Facilitou ainda mais o trabalho, disse. E foi exatamente com a proposta de conscientizar os proprietários de cães quanto ao perigo das fezes de animais em lugares públicos, que a Prefeitura, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), criou em 2001 o projeto Cate a Caca de seu Totó. Além de trazer parasitas ao homem, quando carregados pelo sistema de drenagem chegam às praias e afetam a balneabilidade, afirmou a bióloga da Semam, Maria Cecília Furegato. A iniciativa, parte do programa ambiental Nossa Casa, é desenvolvida em parceria com as secretarias de Educação (Seduc) e Saúde (SMS), além de contar com o apoio do Rotary Club Santos - Ponta da Praia e da ONG SOS Praias. MUDANÇA DE COMPORTAMENTO Diariamente, monitores e estagiários da Semam saem às ruas para conscientizar as pessoas sobre os problemas causados pelas fezes de animais. O processo é dividido em duas etapas. Na primeira, os agentes atendem reclamações oriundas da Ouvidoria Pública. Durante a semana, das 15 às 18 horas, uma equipe de estagiários vai às ruas, casas e edifícios para orientar os munícipes. Depois percorrem os bairros, começando pelo José Menino até a Ponta da Praia, quando então recomeça todo o processo. Já a segunda etapa acontece nos finais de semana. Das 9 às 15 horas, o projeto é conduzido por monitores ambientais dentro do programa Santos Nossa Casa. Acompanhados por um coordenador, atuam na orla da praia e nos canais. O objetivo também é prestar orientação aos turistas. Para facilitar o trabalho, agentes e monitores distribuem sacolinhas e folderes produzidos para o projeto. Só este ano, segundo a Semam, cerca de 10 mil sacolas foram entregues. Futuramente haverá cartazes informativos sobre a campanha em clinicas veterinárias e pet shops, afirmou a bióloga Maria Cecília. A iniciativa prevê ainda a distribuição de cartilhas nas escolas, para estimular a participação das crianças. FUNÇÕES Com a função de supervisionar a realização de estudos, programas de proteção e de preservação, além de promover intercâmbio entre o governo e a sociedade, foi criada em setembro do ano passado, durante a reforma administrativa, a Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Coprovida). O novo órgão integra o Departamento de Políticas e Controle Ambiental da Semam. Além de campanhas de conscientização, a coordenadoria desenvolve ações contra maus-tratos em animais, fiscaliza denúncias e orienta os proprietários sobre cuidados básicos.