Vila belmiro: 96 anos com aparência de interior
O barulho dos pássaros e a grande quantidade de casas antigas fazem com que a Vila Belmiro tenha aparência de uma cidade do interior. Esta é a sensação que fica para quem passa, mora e trabalha no bairro, que completa nesta terça-feira (14) 96 anos. A Vila Belmiro está situada entre as avenidas Ana Costa, Pinheiro Machado e ruas Carvalho de Mendonça e Joaquim Távora. Praticamente residencial e com cerca de 9.500 habitantes, a Vila tem muitas ruas com nomes de pessoas ilustres da história, como Princesa Isabel, Dom João VI, Álvares Cabral, Dom Pedro I e Tiradentes. A denominação do bairro foi uma homenagem a Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva, responsável pelo loteamento da Vila Operária, como era chamada anteriormente. Para Mohamed Ibrain, que mora numa casa bem em frente ao Estádio Urbano Caldeira, a Vila é um dos melhores bairros para viver. A segurança é boa até por causa do campo do Santos F.C.. O comércio também, porque tem de tudo um pouco. Só falta mesmo é dinheiro para gente gastar, porque de resto não posso reclamar. Para ele, morar ali também é motivo de alegria. Não pago nada para ver os jogos. Nasci nesta Cidade e agora moro aqui (no bairro), não tem como não torcer pelo Santos. Mas não são apenas os torcedores do Santos que gostam da Vila. Para o corinthiano Thiago Tadeu Nishijima, é muito bom esse bairro. Em dia de jogo, reúno-me com meus amigos para assistir e torcer contra o peixe. Assumo que já agüentei muitas derrotas por causa do Robinho, mas agora o meu time está bem melhor, brinca o jovem, que mora na Vila Belmiro desde que nasceu, há 23 anos. ALVINEGRO DA VILA Após seis anos da fundação da Vila Belmiro, a sede do Santos Futebol Clube foi transferida para o bairro. Anteriormente, os jogos eram realizados no terreno onde foi erguida a Igreja Coração dE Maria, emprestado por seu proprietário. Só então, em 1916, foi inaugurada a praça de esportes da Vila. Hoje, o estádio Urbano Caldeira tem capacidade para 20.120 pessoas. O recorde de público é de 32.989 espectadores, durante a partida entre Santos e Corinthians, em 20 de setembro de 1964 (jogo não terminado). Para a santista Florisbela da Conceição Pasqualini, moradora da Vila há 60 anos, quando tem jogo no campo do Santos é dia de alegria. Sempre assisto meu time jogar e adoro a movimentação aqui na rua. Quem não gostar dessa agitação é porque está morto. Dona Bela, como é conhecida, recorda ainda o tempo em que as ruas eram de terra. As paredes do estádio eram de madeira. Não tinha nada asfaltado e os japoneses andavam por aqui com balaios na cabeça vendendo verduras.