Zona noroeste registra crescimento comercial
O crescimento comercial da Zona Noroeste é visível: são lojas modernas, surgindo ao lado dos pequenos e tradicionais estabelecimentos, que resistem ao tempo, atendendo à população e movimentando a economia. A urbanização dos bairros atrai cada vez mais moradores, consumidores que incentivam a vinda de novos empreendedores. Nesta corrente de desenvolvimento, a geração de empregos é o resultado mais comemorado. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santos, Alberto Weberman, confirma o sucesso dos investimentos na região. Muitos lojistas estão se estabelecendo na Zona Noroeste, nos mais variados ramos: roupas, calçados, óticas, farmácias, bazares, alimentos, material de construção e utilidades domésticas". O retorno tem sido rápido, garante Weberman: É uma região populosa e os moradores preferem fazer as compras perto de casa, sem gastar condução, com tranquilidade e preços justos. As ruas estão asfaltadas e iluminadas, a condução é farta. Com o novo hospital municipal, o comércio em torno vai crescer mais ainda, disse, referindo-se ao complexo hospitalar que a Prefeitura está ampliando e reformando no Jardim Castelo. O Supermercado Krill é um caso típico de investimento que está dando certo, conforme o gerente Edvaldo Passos. A loja começou a funcionar há seis anos numa área de 500 m² e com 35 funcionários. Já aumentamos o espaço duas vezes. Agora vamos ampliá-lo novamente para 1.300 m². Hoje, temos 98 empregados, mas vamos contratar mais 30, assim que a reforma terminar. Depois de muito tempo procurando emprego, Tereza Feliciano, moradora da Vila Gilda, não esconde a felicidade. Vou começar numa loja de material de construção. Depois de procurar na cidade toda, até em São Vicente, acabei achando serviço aqui mesmo, perto da minha casa. JOÃO DAS COBRAS Um exemplo de que sucesso nem sempre é sinônimo de projeto ambicioso é o da Toca das Ervas, uma pequena loja montada há quase 40 anos no Rádio Clube. Ali, João Alves da Silva, o João das Cobras, vende chás, xaropes e rapés para os mais diversos problemas de saúde, enviando seus produtos até para o Japão e Estados Unidos. Aos 67 anos de idade, ele trabalha na garagem da sua casa, à Rua José Alberto de Luca, enfatizando que não é comerciante, e sim um ervanário que se sente feliz em ajudar as pessoas: Aprendi sobre as ervas com meu pai, lá onde nasci, no interior do Mato Grosso. Não tinha médico nem farmácia, as pessoas se curavam com os remédios da natureza. Descendente de índios e africanos, mora no Rádio Clube desde 1966. O apelido veio do tempo que capturava cobras para o Instituto Butantã, quando percorria as ilhas do litoral em busca de ervas. João não consegue mais atender a todos os pedidos. Tem o xarope da bronquite, campeão de vendas, que dá um trabalho enorme para fazer, perco até três quilos cada vez que produzo. Acabou e não estou conseguindo produzir mais. A procura também é grande pelos chás indicados para doenças de mulheres e de próstata. Eu falo para que serve, alerto sobre o perigo de tomar errado, e fico muito feliz quando o cliente volta dizendo que curou. Se quisesse dinheiro, ampliaria tudo, montaria outras lojas, mas esse não é meu objetivo. ROTARY NOROESTE A crescente importância da Zona Noroeste está despertando a atenção de todos os setores da comunidade. Tanto que desde 2004 existe o Rotary Club Santos-Noroeste, apadrinhado pelo Rotary Santos-Oeste. Segundo o governador assistente da área 8 da instituição, João Henrique da Silva, o objetivo do novo núcleo é desenvolver programas sociais na região. Um dos princípios do Rotary é melhorar a vida das comunidades e, em pouco mais de um ano, o novo clube está realizando projetos importantes, como o da Horta Comunitária da Vila Gilda, que garante verduras e legumes para muitas famílias; o Alimente-se Bem, em parceria com o Sesi, que oferece cursos de aproveitamento dos alimentos, inclusive com transporte de alunos; e aulas de tae-kwon-do para crianças e jovens.