Agentes comunitários da saúde fazem trabalho preventivo e de cidadania
Eles percorrem os estreitos caminhos do dique. Visitam os cortiços onde um dia já existiram mansões. Sobem e descem as escadarias dos morros. Batem de porta em porta, faça chuva ou faça sol. Eles são os agentes comunitários que nesta quarta-feira (22) comemoram seu dia. A profissão foi legalizada pelo Governo Federal em 2002 (Decreto Lei nº 10.507), mas já é exercida em Santos desde 2000. Ela surgiu no Nordeste pautada pela experiência da Pastoral da Criança e acabou servindo de exemplo para outras cidades, conta a assistente social da Secretaria de Saúde (SMS), Carmem Lúcia Brandalise. Dilândia do Nascimento e Barros, 29, trabalha como agente comunitária de saúde no Centro desde 2000. Ela conhece de cor o histórico médico e social das famílias que acompanha e diz que houve muitas conquistas nestes cinco anos. É um trabalho preventivo de extrema importância. Já me disseram que se não fosse o programa teria perdido a vida. Hipertensa, a recepcionista Regiane Araújo Fernandes, de 46 anos, só aderiu ao tratamento após a insistência de Dilândia. Ela é chatona, mas o trabalho dela é maravilhoso. Só vou às consultas porque ela marca, admite, destacando que a agente também a orientou sobre os cuidados com Toda Maria, uma boxer de dois anos, paixão da moradora. A migrante de Maceió, Edileuza da Silva Alves, 46, que mora num cortiço do Centro, conta que chegou aqui há quatro anos e que foi Dilândia quem a orientou sobre os serviços de saúde, cuidados com a dengue e até sobre a bronquite que descobriu recentemente. Essa daí é uma mãe. Ela me ensinou muito. Mesmo que mude daqui, eu sei onde é a casa dela. Vou bater lá. PACS O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é um dos mais bem-sucedidos programas da Prefeitura voltados à saúde preventiva. Foi instalado em 2000 e das três equipes e 90 agentes do começo possui hoje 213 agentes, distribuídos em sete equipes do PACS e em outras duas do Programa de Saúde da Família (PSF). O trabalho é desenvolvido nos bairros mais carentes e populosos do Município e beneficia 35.191 famílias, num total de 122.092 pessoas. Cada equipe, formada por 30 agentes, é supervisionada por um enfermeiro. Os agentes cuidam de 150 a 200 famílias. Nas visitas periódicas fornecem informações sobre hipertensão, diabetes, importância do pré-natal e das vacinas, além de realizar busca-ativa de doenças infecto-contagiosas. O agente também tem importante papel social, incentivando a freqüência escolar das crianças, a participação em atividades da comunidade e até a busca por direitos como bolsa alimentação, bolsa escola e bolsa família. O PACS atende a Zona Noroeste (Piratininga, Alemoa, São Manoel, Chico de Paula, Saboó, Jardim Castelo, Santa Maria, Bom Retiro, Caneleira, Vila São Jorge, Areia Branca e Rádio Clube), alguns Morros (Jabaquara, Valongo e Marapé), a região Central (Paquetá, Vila Nova, Vila Mathias e Centro) e ainda o Estuário, o Macuco e o José Menino. Pelo PSF há agentes atuando no Monte Serrat e na Área Continental (Caruara, Monte Cabrão e Ilha Diana).