Aniversário do josé menino: 45 anos de história
O José Menino completa 45 anos na próxima segunda-feira (17), e tem muita história pra contar. O primeiro hotel da orla, o Internacional, foi erguido em 1895, em plena areia da Praia do José Menino. O primeiro trecho do jardim da orla foi entregue em 1936, e ficava entre o José Menino e o Canal 2. Os primeiros trilhos de bonde também foram instalados por lá. Até a famosa Estátua do Pescador, marco da Ponta da Praia, já morou no José Menino. Ficava na divisa e era onde o bonde fazia o retorno, lembra, saudoso, o presidente da Sociedade de Melhoramentos do bairro, Marcos Antônio Pereira dos Santos. Mas não só de passado vive o José Menino. Como todo aniversariante, faz planos para o futuro. Marcos Pereira deseja erguer um centro comunitário, com área de lazer, para abrigar a Sede da Sociedade de Melhoramentos. Os projetos sociais são prioridade. A construção de uma creche, a criação de cursos profissionalizantes e de uma cooperativa de serviços múltiplos no Morro do José Menino são algumas das metas de Pereira. O morro é o xodó da Cidade. Tem grande potencial turístico e merece atenção diferenciada, ressalta. Entre os investimentos do último ano, feitos pela Prefeitura, pode-se destacar a inauguração do Espaço Cidades-Irmãs Sérgio Vieira de Mello; a revitalização da sinalização de trânsito (Projeto Bairro a Bairro), inclusive com a instalação de temporizador para travessia de pedestres; a instalação, na Praça Washington, da nova sede da Seção Lar Abrigo (Selab), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), além de diversas intervenções no Morro do José Menino, como a construção de pontes de concreto (Caminho I à Escadaria 18 e Rua G à Rua Principal), aplicação de asfalto, troca de iluminação, entre outros serviços que melhoraram a vida dos moradores. TRADIÇÃO De tão tradicional, o bairro do José Menino empresta o nome a um badalado bar na Vila Madalena, em São Paulo, em homenagem à Santos. Situado na esquina da Rua Aspicuelta com a Mourato Coelho, o Zé Menino lota no happy hour, assim como o bairro santista, na temporada. Os turistas que visitam o bairro voltam ano após ano. Os praticantes de asa delta o tem como a segunda casa e os moradores do local não saem de lá por nada desse mundo. A família Parente, de Botucatu, no interior do Estado, é um bom exemplo desta fidelidade. O funcionário público Emerson Alex, 34, e a comerciante Maria Gorete, 36, freqüentam Santos desde pequenos. Contam que chegaram a se hospedar em outro bairro, mas não gostaram. Mudamos pra cá no mesmo dia. Aqui é sossegado, a praia é limpa e tem tudo perto: farmácia, supermercado, destaca Gorete. Quem também é leal ao José Menino é a aposentada Vivian Alca, 72. Moro aqui há 26 anos. O bairro é bonito, as amizades são boas. Acho maravilhoso. Só precisava de uma agência dos Correios mais perto e de um supermercado grande, reivindica. Mas antes de ser o bairro que cativa turistas e moradores, o José Menino era um sítio que pertencia ao agricultor José Honório Bueno, que por causa da baixa estatura era chamado por todos de José Menino. O local foi criado a partir da área que se estendia da divisa com São Vicente até o canal 2, e começou a se desenvolver nos primeiros anos do século XX. Com a morte de José Menino, a terra foi leiloada e o novo proprietário vendeu terrenos à diversas pessoas, dando início ao crescimento da área residencial. Hoje destacam-se no bairro o Orquidário Municipal, o Emissário Submarino (com a plataforma dos surfistas), a Emef Irmão José Genésio, os altos prédios na faixa de areia, o Caiçara Clube e o Clube dos Ingleses, as grutas de Nossa Senhora Aparecida, a Policlínica do José Menino, o Cecon Vida Nova e a Escola Radical de Surfe, no Posto 2.