Mosquitrap revela eficiência do monitoramento inteligente
A maior conquista em relação à nova armadilha mosquitrap, que nessa quinta-feira começou a ser testada na Ponta da Praia, envolve o desenvolvimento da tecnologia de monitoramento inteligente, por meio de planilhas eletrônicas, o que traz redução de custos em relação a outros métodos de pesquisa. Para se chegar ao software ideal, foram muitos meses de pesquisa, segundo revelou o professor e biólogo da Universidade Federal de Minas Gerais, Álvaro Eiras, autor do equipamento que captura mosquitos adultos Aedes aegypti. Santos é o único município do Estado a acolher a experiência que também vai acontecer em mais 9 municípios do Brasil, com condições ambientais e climas diferentes, dentro do projeto MI-10 - Monitoramento Inteligente em 10 Municípios. Mas já houve experiência piloto em Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, com resultados favoráveis. O primeiro teste em campo foi feito nessa quinta-feira, pela manhã, numa residência da Praça Engenheiro Rebouças e serviu de treinamento para os agentes que atuarão no projeto. A partir da próxima segunda-feira (22) serão instaladas 90 armadilhas mosquitrap em residências (cujos proprietários já foram visitados) e mais 90 ovitrampas. Haverá dois equipamentos distintos em cada quarteirão. Pelas ovitrampas, que já são conhecidas em Santos, serão feitas as contagem dos ovos das fêmeas do mosquito, sendo necessário o recolhimento das palhetas e envio para o laboratório. Já pela mosquitrap, os dados são levantados na hora. Também haverá pesquisa larvária durante o processo de estudo. O aparelho Mosquitrap foi produzido pela empresa Ecovec, baseado no projeto da UFMG. Dividido em três partes, contém um copo na parte superior, cujas paredes internas são revestidas de cola sem cheiro. A pastilha sintética (Atraedis), usada na armadilha, lembra o cheiro de ervas preferidas do mosquito vetor da dengue, atraindo sobretudo as fêmeas, que buscam o lugar escuro para depositar seus ovos. TECNOLOGIA TROUXE ECONOMIA O estudo envolvendo a eficiência das novas armadilhas vai acontecer durantequatro meses, com coleta de dados semanal. A contagem do número de mosquitos capturados e outras informações científicas serão passados para o palm-top (computador de mão), o que trará economia de custos, redução de mão-de-obra e mais agilidade no serviço, destacou Álvaro Eiras, lembrando que essa tecnologia inteligente também será demonstrada nos Estados Unidos, conforme convite recebido pela UFMG. Em razão do uso de tecnologia avançada, apenas dois agentes contratados pelo Ministério da Saúde serão necessários para pesquisar o bairro da Ponta da Praia. Essa área foi escolhida para a experiência em razão da alta densidade de mosquitos e por ser o bairro onde se registra o maior número de recusas de proprietários para o trabalho de prevenção dos agentes da dengue. O Programa de Controle e Prevenção da Dengue, da SMS, vai colaborar com o Ministério da Saúde, fornecendo um supervisor, um veículo e um microcomputador. Também ficará por conta do PCPD, a pesquisa sobre a quantidade de larvas e de ovos do mosquito. A comparação dos vários métodos de captura dará mais subsídios para que se aprove o novo instrumento de avaliação da população do vetor pelo Programa Nacional de Prevenção à Dengue.