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Nova armadilha do mosquito da dengue terá monitoramento por meio de planilhas eletrônicas

Publicado: 15 de março de 2004
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Começa nesta terça-feira (16) na sede do Programa de Controle e Prevenção à Dengue (PCPD), no prédio do Pronto Socorro Central, o treinamento dos agentes que vão participar de um novo estudo coordenado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, com apoio do Ministério da Saúde e colaboração da Secretaria Municipal Saúde (SMS), envolvendo uma nova tecnologia para o monitoramento da infestação do vetor da dengue. Trata-se do Mosquitrap: armadilhas que capturam mosquito Aedes aegypti. Pela quantidade capturada de mosquitos - geralmente fêmeas grávidas - pode ser estimada a população de adultos em uma determinada área. O estudo vai se desenvolver de forma paralela em dez municípios brasileiros proporcionando, caso o Mosquitrap seja aprovado, a geração de novos índices de vigilância entomológica para o vetor da dengue. Santos é o primeiro município a receber a equipe de pesquisadores, que nessa segunda-feira (15) esteve na Cidade, sob a coordenação do professor, Álvaro Eiras, ao lado de dois técnicos do Ministério da Saúde, Haroldo Sérgio da Silva Bezerra, da Coordenação da Dengue em Brasília e Dalton Pereira Fonseca Jr. Esse equipamento levou seis anos para ser desenvolvido pelo professor e biólogo Álvaro Eiras, do Departamento de Parasitologia, que tem apoio da empresa Ecovec, que produziu a armadilha. Composto de três partes, a nova armadilha, em polietileno preto, tem a parte interna revestida de uma cola sem cheiro, e com atraente cheiro de ervas sintético, de agrado do Aedes aegypti. Ao buscar o local para depositar seus ovos, a fêmea fica grudada na parede da armadilha. Na parte inferior, há uma pequena rede impedindo que o mosquito entre em contato com água que possa cair da chuva e fica armazenada num recipiente acoplado ao copo. Para a verificação semanal da quantidade de mosquitos capturados, os agentes utilizarão palm-top (planilha eletrônica) com transferência dos dados para um computador da SMS e posteriormente para a central de dados em Belo Horizonte (MG). PESQUISA SERÁ NA PONTA DA PRAIA Em Santos, a colocação de 100 armadilhas Mosquitrap em cem quarteirões, vai acontecer na Ponta da Praia, onde a infestação costuma ser alta. O estudo vai se desenvolver durante quatro meses. Nesse mesmo bairro haverá pesquisa larvária no início do projeto, e repetida a cada 15 dias, durante quatro meses, ocorrendo ainda, no mesmo período, em outra pesquisa, a contagem de ovos do mosquito, por meio das armadilhas ovitrampas, que é um método já conhecido em Santos. Os dados das ovitrampas e da pesquisa larvária serão cruzados com os dados da Mosqtrap, visando a avaliação. Caso os resultados sejam positivos, o método poderá ser adotado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue. O Município de Santos é o único do Estado de São Paulo escolhido para o teste na região Sudeste, o outro município selecionado é o Rio de Janeiro, que também oferece boa estrutura de apoio à pesquisa, conforme salientou Haroldo Bezerra. Nas demais regiões, as cidades escolhidas foram Sobral, Maceió e Salvador, no Nordeste, Foz do Iguaçu e Joinville, no Sul, Belém, e Boa Vista, na região Norte, e Campo Grande na região Centro Oeste.